Suco orgânico brasileiro no mercado internacional
A resistência do mercado ao suco da bergamota ainda é um entrave para o crescimento das vendas da Cooperativa dos Citricultores de Montenegro (Ecocitrus), no Vale do Caí, devido à diversidade de nomes pelos quais a fruta é conhecida em outros estados. “O produto suco de bergamota causa estranheza para muitos consumidores, mas aos poucos vai se popularizando”, esclarece o ex-presidente e atual gerente de assistência técnica e formação da cooperativa, Fábio Esswein.
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A barreira cultural, no entanto, não impediu que a agroindústria conquistasse o mercado interno com sua produção de sucos de bergamota e laranja orgânicas. Mas as atividades que envolvem 120 agricultores associados vão além do cultivo e da produção de sucos in natura. A empresa produz, além de sucos concentrados, óleos essenciais extraídos do bagaço e da casca das frutas para a indústria de cosméticos, produtos que são exportados para Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. Eisswein afirma que a cooperativa atende apenas um terço da demanda por suco de laranja orgânico. “Posso triplicar produção que não vai faltar mercado. No Brasil, há pouca laranja orgânica e na Europa todo mundo quer”, compara.
A cooperativa tem 120 agricultores associados e gera 140 empregos diretos. O faturamento deste ano é estimado em R$ 14 milhões, com crescimento de 20% sobre os R$ 11,7 milhões do ano passado. Fundada em 1994, a cooperativa começou com 15 produtores de cítricos orgânicos e atualmente beneficia a produção de 64 propriedades rurais da região.
Além da agroindústria, a cooperativa mantém uma usina de compostagem licenciada pela Fepam com capacidade para processamento de 192 mil toneladas por ano. A unidade recebe resíduos de indústrias da região para compostagem. O composto orgânico é distribuído sem custo para os associados para cultivo dos cítricos. Na ponta do processo de compostagem, uma usina de biogás abastece a frota de 30 veículos da cooperativa e ainda sobra combustível para distribuir aos associados. Até o final do ano, o excedente da produção do biogás, homologada em janeiro pela Associação Nacional do Petróleo, será comercializada pela cooperativa junto à SulGás.