AMBIENTE

Dragagem do Guaíba está em análise na Câmara da capital

Proposta em tramitação no Legislativo visa à alteração na Lei de Sustentabilidade Viária para incluir o desassoreamento do Guaíba e a recomposição da mata nativa no estuário
Da Redação / Publicado em 2 de setembro de 2024
Dragagem do Guaíba está em análise na Câmara da capital

Foto: Fernando Antunes/CMPA

Projeto prevê a dragagem do Guaíba e a recomposição da mata nativa ao longo do estuário como medidas para prevenir novas enchentes

Foto: Fernando Antunes/CMPA

Proposição de autoria do ex-secretário de Produção, Indústria e Comércio (Smic) e vereador de Porto Alegre, Adeli Sell (PT), protocolado nesta segunda-feira na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, defende a dragagem do Guaíba como medida preventiva a novas cheias no estuário e novas enchentes na capital gaúcha.

Pela proposição, a areia retirada do Guaíba seria destinada a obras públicas.

O projeto de lei acrescenta como diretriz à Política Municipal de Sustentabilidade Hidroviária a limpeza, o desassoreamento do leito do Lago Guaíba e também a recomposição da mata nativa em sua extensão. A inclui essas diretrizes na Lei n° 12.848, de 20 de julho de 2021.

Dragagem do Guaíba está em análise na Câmara da capital

Foto: Júlia Urias/CMPA

Adeli Sell: “a dragagem, que precisa acontecer em qualquer rio com tantos afluentes”

Foto: Júlia Urias/CMPA

De acordo com o parlamentar, a realização do serviço será de responsabilidade exclusiva do Executivo Municipal, o qual poderá contratar empresas que atuarão sob sua fiscalização.

Se o serviço for realizado diretamente pelo Executivo, este deverá obter o licenciamento ambiental e o registro de extração junto ao órgão competente.

A proposição veda a comercialização do mineral extraído pela atividade, o qual deverá ser empregado apenas em obras públicas. Em caso de contratação para a realização do serviço, a empresa contratada deverá possuir licença ambiental e concessão da área objeto do serviço a ser realizado.

A exposição de motivos do projeto salienta que ao longo do tempo, os corpos hídricos vão ficando mais rasos em função do assoreamento e logicamente extravasam suas margens, o que pode ser evitado com a remoção da areia e detritos, assim como acontece em todos os rios navegáveis do mundo exatamente para que eles continuem navegáveis.

“A tragédia climática que arrasou nosso estado ocorreu em função do que não aconteceu no Lago Guaíba ao longo das últimas décadas: a dragagem, que precisa acontecer em qualquer rio com tantos afluentes, que abrange uma área enorme densamente povoada e que escoam no estuário Guaíba, transportando uma enorme quantidade de areia e detritos de toda espécie”, aponta Adeli.

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