Corrupção na PM do Rio é orquestrada por oficiais do alto comando, denuncia ex-policial em livro
Fotos: Arquivo Pessoal
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Relato assustador de um ex-policial da base da pirâmide da Polícia Militar do Rio de Janeiro revela em livro como oficiais de alto escalão da corporação operam esquemas de corrupção, lucram com redes de subornos e perpetuam imoralidades entre oficiais novatos e praças por meio do abuso de poder. Oficiais do Crime – Como funciona a corrupção estrutural e sistêmica na elite da PM do Rio (Matrix), assinado por Sargento Silva, pseudônimo usado por motivos de segurança, conta com a coautoria do experiente jornalista investigativo Sérgio Ramalho.
A obra do Sargento Silva, devidamente checada por Ramalho, que coleciona importantes prêmios da imprensa nacional, como o Esso e Vladimir Herzog, apresenta de forma dura como a corrupção está entranhada nas corporações policiais. O testemunho dá conta de que, desde a formação, policiais são moldados por uma cultura de abusos e privilégios que desmoraliza uma instituição que deveria proteger a sociedade.
Da exploração de máquinas caça-níqueis à imposição de “ritos de iniciação” misóginos, as páginas expõem práticas chocantes conduzidas por oficiais de alta patente que criam um círculo vicioso onde uma espécie de lei do silêncio impera, com agentes honestos se calando por medo. “Dentro da polícia, você tem esses oficiais que todo mundo sabe que vivem no luxo, né? Todo mundo sabe que não é com o salário deles, é com esquemas ilegais”, afirma o jornalista. Nesta entrevista ao Extra Classe, Sérgio Ramalho nos apresenta as preliminares das entranhas do sistema policial, ilustrando a urgência de uma reformulação estrutural e cultural.
Extra Classe – Não tem como ler o relato do “Sargento Silva”, sem se assustar. O Oficiais do Crime dá a entender que todo o envolvimento de PMs cariocas com o crime organizado tem a ver com a corrupção de seus oficiais. É isso mesmo? É a velha história de que o exemplo vem de cima?
Sérgio Ramalho – Exatamente! O interessante é que o livro que ele (Sargento Silva) escreve, do qual eu sou coautor, tem a vivência dele na Polícia Militar. Ele entra como soldado, lá na base da pirâmide, começa na escola de formação, vai subindo e sai como suboficial. Ele mostra como isso já está na estrutura. É parte da instituição, um lado podre ali, sabe? Uma coisa que precisa ser revista. E ele fala que o rumo vem de cima. Tem até um capítulo muito bom em que ele diz que o soldado vira praticamente um escravo dos oficiais. Então, sem dúvida, é um sistema piramidal.
“Então, o cara que é honesto, que trabalha no Batalhão X, sabe quem é o desonesto lá dentro, mas, por uma série de questões, decide que não vai fazer nada não. Questões que podem levar até a sua vida”
Bandidagem de carteirinha
EC – Dê um exemplo desse “vira praticamente escravos”?
Ramalho – Alguns coronéis da Polícia Militar são donos de depósitos para onde veículos são rebocados. Eles pressionam os PMs que trabalham no trânsito a rebocar os carros para os seus respectivos pátios, estipulando até mesmo metas a serem batidas. Isso porque cada carro levado para esses pátios gera muito lucro para os coronéis. Muitos crimes que acontecem no estado do Rio de Janeiro são praticados por homens de confiança do coronel comandante da unidade.
EC – E a história dos PMs donos de milícias e que atuam como seguranças de bicheiros?
Ramalho – Esses policiais, em sua esmagadora maioria, são envolvidos com crimes ou contravenção penal. Então, para eles, é mais vantagem pagar ao oficial comandante para sair da escala do que ir trabalhar todos os dias. Ele não precisa do salário da PM, apenas das condições ofertadas por ela: a carteira de policial e a arma. Aí, ele entrega o cartão da conta salário com a senha para o comandante de companhia e está resolvido o problema. Sai da escala automaticamente e o comandante fica com o pagamento mensal dele.
EC – Recentemente virou manchete nacional o tour da propina. Quando, nas sextas-feiras, PMs de baixa patente de um batalhão carioca, ao invés de estar protegendo a sociedade, paravam suas viaturas de comércio em comércio para recolher pagamentos por proteção. Vocês acreditam que por trás dessa ação havia estímulo de comandantes?
Ramalho – Olha, seria leviano da minha parte afirmar isso. Até porque, nesse caso, foi identificado um tenente envolvido, que acabou preso. O resto era sargento, soldado. Mas, sem dúvida, pela forma que o sargento Silva descreve, esse tipo de atividade, ainda mais tão organizada assim, seria algo como chamam de milícia. Só que a polícia militar e o Gaeco, quando fizeram a operação, não classificaram como milícia. Até porque, na nossa legislação, nem tem isso tipificado como crime. O que tem é organização criminosa. E foi assim que eles foram enquadrados.
Foto: Arquivo Pessoal
EC – As informações que são expostas na obra são de uma gravidade que eu volto a repetir, assustam. Como foi o seu processo como jornalista para checar a veracidade do que o chamado Sargento Silva relatou?
Ramalho – Bom, apesar do Sargento Silva ter escrito a obra citando nomes, por uma questão de segurança definida lá com a editora, para evitar retaliações e até problemas judiciais, eu fiz uma checagem cuidadosa: li o livro inteiro, analisei caso a caso e confirmei os relatos com as minhas fontes, usando minha experiência de mais de 25 anos em redações no Rio. Muitas situações que ele relata nunca viraram inquéritos por causa do corporativismo. Como nosso contato foi indireto, mediado pelo dono da editora, qualquer lacuna que eu encontrava, ele respondia para que eu pudesse rechecá-la. No primeiro capítulo, por exemplo, aparece o caso da juíza Patrícia Acioli (assassinada em uma emboscada com 21 tiros em 2011. Ela determinou a prisão de mais de 60 PMs do Rio), mas, pela decisão editorial, mantivemos o padrão de não citar nomes diretamente. Tudo foi verificado para garantir a veracidade do livro e evitar questionamentos.
Condições de trabalho
EC – Essa pergunta que fiz vai na linha de que há, no livro, denúncias de que os praças têm péssimas condições de trabalho enquanto o oficialato teria uma vida nababesca, em especial os envolvidos em esquemas de corrupção. Assim, parece que há um forte desabafo corporativo, não?
Ramalho – Sem dúvidas. O interessante desse livro é que ele traz uma perspectiva que outros livros escritos por policiais não trazem. Por exemplo, o Elite da Tropa, que inspirou o filme Tropa de Elite, foi escrito por um oficial. Ou seja, por quem já estava em posição mais alta. Aqui, o relato é de alguém que viveu na base da pirâmide, enfrentando problemas estruturais de perto. No primeiro capítulo, por exemplo, ele conta a história de um amigo que precisou pagar R$ 4 mil a um sargento para conseguir transferência e ficar perto da família, se endividando para isso. Esse é o diferencial: é a visão de quem foi espremido por esse sistema. Mas é importante dizer, sem generalizar, que nem todos são corruptos. Ainda existem profissionais sérios. Só que a pressão exercida de cima para baixo pelos corruptos é muito grande.
Por exemplo, o Elite da Tropa, que inspirou o filme Tropa de Elite, foi escrito por um oficial. Ou seja, por quem já estava em posição mais alta. Aqui, o relato é de alguém que viveu na base da pirâmide, enfrentando problemas estruturais de perto
EC – Incentiva as pessoas a se corromper?
Ramalho – Sim. O curioso é que nessas estruturas corrompidas, que eu não gosto de usar o termo submundo – prefiro subterrâneo porque está muito pertinho da gente – os caras sabem quem é quem. Então, o cara que é honesto, que trabalha no Batalhão X, sabe quem é o desonesto lá dentro, mas, por uma série de questões, decide que não vai fazer nada não. Questões que podem levar até a sua vida. Fica assim: “vou me manter aqui honesto, entendeu?”. Ele usa aquilo ali (a PM) para ele ter um salariozinho mensal; daí ele tem uma escala ali que permite fazer outros trabalhos ou estudar e depois sai.
UPPs: territórios da corrupção
EC – Por que as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) que, no início, prometiam ser exemplos de presença do Estado em comunidades no Rio, acabaram não dando certo?
Ramalho – Então, ele (Sargento Silva) participou da implantação da primeira UPP. No início, elas eram colocadas em comunidades menores, onde o tráfico já não tinha tanta força. Mas, em determinado momento, o governo do estado começa a querer colocar o carro na frente dos bois. Começam a tentar colocar a UPP dentro de comunidades gigantescas como o Complexo do Alemão e, ao mesmo tempo, na Rocinha. Então, inviabiliza, não tem gente para isso, não tem braço. Se no início funcionou, depois abriu espaço para corrupção, pois o grupo que dominava a área queria manter o comércio de drogas e outros negócios, como os bailes. Esses eventos não envolviam só venda de droga; lucravam também com bebidas e outras atividades, aumentando o fluxo de dinheiro e, com ele, o poder de corrupção. A coisa começou a desandar. Ele vai relatando como esses problemas foram surgindo e inviabilizando o projeto.
EC – Tem um capítulo que ele fala UPP território para corrupção.
Ramalho – Porque acabou se tornando, né? Infelizmente, o projeto das UPPs, que era interessante no início, acabou se perdendo. O crime começou a cooptar os policiais dessas unidades, e os corruptos que já estavam na estrutura policial enxergaram ali uma oportunidade. Eles passaram a se aliar ao tráfico ou mesmo a formar milícias, dominando os territórios e cobrando por serviços, como fornecimento de água, por exemplo. A ideia original era usar policiais e oficiais jovens, como capitães e majores, para evitar o envolvimento de quem já estava corrompido no sistema. Mas, com a expansão rápida e desordenada, isso se perdeu. Colocaram muita gente, aumentaram demais as áreas de atuação, e o projeto desandou. Parte dos policiais, não todos, cedeu às ofertas e ao poder econômico do crime.
“O poder de corrupção do PCC é enorme, infiltrando estruturas, impondo medo, e isso não é exclusivo de uma região. Dentro da polícia, você vê três perfis: o cara que enfrenta, o que se omite – às vezes por medo ou falta de vocação – e o que participa diretamente, recebendo algo pra fazer vista grossa. Isso é uma realidade, não só no Brasil todo, mas também em outros países. É um ciclo que se repete, infelizmente”
EC – Na divulgação do livro é dito que, a partir das ilegalidades cometidas no Rio, vocês acabam, de certa forma, ilustrando o que acontece em corporações similares de todo o país. Como é possível dizer isto? Tem a ver com uma das afirmações: “todo delito que ocorre de maneira contínua e persistente só acontece com a anuência do Estado”?
Ramalho – Quando eu li este trecho do Sargento, eu falei assim: ele bateu num ponto muito forte. É impossível um policial não saber quem está vendendo droga ou fazendo algo ilegal numa comunidade porque as pessoas se conhecem, mesmo em lugares grandes como a Rocinha ou o Complexo do Alemão. Essas relações ficam claras, né? E isso vai além do Rio. A gente vê exemplos em São Paulo, como o caso recente do PCC, onde um integrante virou delator, expôs policiais corruptos e acabou morto. O poder de corrupção do PCC é enorme, infiltrando estruturas, impondo medo, e isso não é exclusivo de uma região. Dentro da polícia, você vê três perfis: o cara que enfrenta, o que se omite – às vezes por medo ou falta de vocação – e o que participa diretamente, recebendo algo pra fazer vista grossa. Isso é uma realidade, não só no Brasil todo, mas também em outros países. É um ciclo que se repete, infelizmente.
Despreparo dos policiais
Foto: Ed. Matrix/Divulgação Foto: Ed. Matrix/Divulgação
Ramalho – Olha, o Rio tem uma influência grande, até culturalmente, por já ter sido capital. O que acontece aqui acaba ecoando em outras regiões, sim. Mas cada lugar tem suas peculiaridades. Eu costumo dizer que no Rio de Janeiro você tem vários chefes de família de jogo do bicho e em São Paulo, por exemplo, era um cara só que mandava. Tem um lado meio que de monopólio lá. Enquanto no Rio tem três facções e não sei quantas milícias, São Paulo é mais centralizado com o PCC. Mas, a violência policial, em geral, foge do controle quando se justifica o excesso, como se fosse algo certo. No caso do estudante de medicina, teve gente que tentou justificar, mas tinha ali alternativas que poderiam evitar a morte dele, como o uso do taser. O problema maior é o despreparo dos policiais, que muitas vezes não têm formação adequada para lidar com essas situações. É uma questão estrutural séria.
EC – Tem muita gente que fala que um PM tem formação para guerra.
Ramalho – Mais ou menos. O treinamento policial aqui no Rio é um problema sério. Os caras ficam pouco tempo na Academia. É preciso revisitar a formação de tempos em tempos, mas isso não acontece. Esse buraco não é só do Rio, é uma questão mais ampla, que vai desde a liderança até a estrutura. Em São Paulo, por exemplo, a coisa estava melhorando, mas depois dessa onda bolsonarista, com o Tarcísio lá, o clima de violência aumentou. Quando vem de cima, a ordem fica clara: o policial se sente respaldado e age com mais agressividade. No caso do estudante, o que vimos foi uma reação exagerada. O rapaz estava claramente alterado, mas aí entra a questão do treinamento. O policial precisa estar preparado para agir com mais discernimento, usando as ferramentas adequadas, como o taser que ele tinha na viatura, aliás, em vez de recorrer à força letal. Isso é um reflexo da estrutura e da liderança que acabam definindo o comportamento da tropa. É aquilo que você disse no início da conversa. Se a truculência vem de cima, aquele policial que já tem uma tendência a agir meio como um Rambo do passado, se sente mais empoderado. Ele vai falar assim, “pô, tô resguardado e se eu tô resguardado, então, meu amor, eu vou cair pra dentro mesmo, não tô nem aí”. E aí o que acontece é isso, infelizmente.
EC – Voltando a questão da corrupção. O livro sugere que é uma coisa praticamente escancarada no Rio. Como se sustenta isso?
Ramalho – Olha, o que acontece é o seguinte: dentro da polícia, você tem esses oficiais que todo mundo sabe que vivem no luxo, né? Todo mundo sabe que não é com o salário deles, é com esquemas ilegais. A corrupção está ali, todo mundo vê, mas o corporativismo protege. Esses caras vão se organizando, formando grupos, e aí quem não colabora sofre punição, tipo patrulhamento exaustivo ou algo assim. O dinheiro vem de atividades ilegais — de contrabando a tráfico — e vai subindo na cadeia de comando. Isso vai criando um ciclo de enriquecimento absurdo. Você vê policial dirigindo Land Rover de R$ 500 mil, totalmente incompatível com o salário. Cadê a Corregedoria para investigar isso? Não tem fiscalização eficiente e brechas como essas permitem que a corrupção cresça. Agora, claro, tem quem escolha outro caminho. O cara que não tem um caráter muito firme vai falar assim: “vou ficar aqui trabalhando”, mas, tem casos como o do Silva, que preferiu estudar, se formar em outra área e sair da polícia. Nem todo mundo faz isso, né? Quem fica e entra nesse esquema vai fortalecendo ainda mais essa estrutura. E, quanto mais poder esses grupos ganham, mais difícil fica combater isso.
Propinas e orgias
EC – Em geral como funciona?
Ramalho – Então, olha só, o cara que sai da Academia começa comandando um batalhão, tipo o famoso “Quinto dos Infernos”, lá no centro do Rio, e logo percebe como as coisas funcionam. Se topar colaborar, vai cobrar propina de comerciante, mototaxista, camelô, de todo mundo que trabalha irregular. Ele vai lá, diz que é ilegal, que não vai proibir, mas que quer um dinheiro toda sexta-feira, quinzenal ou mensal. Ele, que deveria agir como um agente da lei e impedir aquilo, decide por conta de toda uma estrutura, porque, como disse aquele dinheiro vai subindo. Mas, se os de cima vão mandando, o cara que vai entrando nesse grupo também começa a ter uma ascensão financeira. É muito comum, eu fiz matéria sobre isso várias vezes , você chegar em batalhões no Rio e ver carros que são totalmente incompatíveis com o salário de um oficial, de um sargento.
“É aquela história, policial envolvido com jogo do bicho é uma coisa que acontece no país inteiro; o cara criar um grupo e aí virar milícia no Rio, também. Mas, agora, essa coisa dos caras fazerem orgia com as policiais femininas?! É o, ‘para você entrar no nosso grupo (diferente de um homem) não é só fazer um dinheirinho todo mês, toda semana, aumentar o nosso caixa. Tem, também, que participar das nossas festinhas’ “
EC – O livro fala também de orgias organizadas por oficiais como forma de iniciar colegas mulheres. Como assim?
Ramalho – Essa história me surpreendeu. Foi a que mais me surpreendeu dentro do relato do Sargento Silva. Eu cheguei até a sugerir que a gente tentasse falar com uma policial, mas não foi viável. Se uma mulher rompe esse silêncio, seria interessantíssimo, sensacional. É aquela história, policial envolvido com jogo do bicho é uma coisa que acontece no país inteiro; o cara criar um grupo e aí virar milícia no Rio, também, mas, agora, essa coisa dos caras fazer orgia com as policiais femininas?! É o, “para você entrar no nosso grupo (diferente de um homem) não é só fazer um dinheirinho todo mês, toda semana, aumentar o nosso caixa. Tem, também, que participar das nossas festinhas”. Um traço ainda mais cruel nesse caso das mulheres.
EC – Há um ditado recorrente que eu já ouvi de muita gente. O de que o Rio de Janeiro só vai dar certo se todas as instituições forem implodidas e recomeçarem de novo. É por aí?
Ramalho – Olha, eu não acho que tem que implodir tudo e recomeçar, não. Tem gente boa e profissional em várias das instituições, incluindo a Polícia Militar. Isso não é só no Rio, não. Essa ideia de que “o Rio não é pra amador” me irrita, porque corrupção tem em todo lugar, em maior ou menor escala. Olha o que aconteceu lá no Sul, no caso do Moro. Juízes e procuradores decidiram se unir para definir os rumos do país e depois ainda quiseram virar políticos. Isso é um exemplo claro do que acontece quando as pessoas saem da sua função e começam a passar por cima dos outros.
EC – Como resolver ou pelo menos minimizar situações de corrupção relatadas como essas do livro?
Ramalho – Quem trabalha direito precisa se posicionar contra os que não respeitam as regras, né? O problema é estrutural. Aqui no Rio, já tentaram coisas interessantes, como a Corregedoria Geral Unificada, criada lá atrás no governo Garotinho. Era uma estrutura independente, comandada por um procurador de justiça aposentado, que funcionava bem no início. Eles puniam oficiais e delegados envolvidos em corrupção. Mas aí veio o Witzel e acabou com isso. A ferramenta foi desmontada e foi um retrocesso. Então, não é questão de destruir as instituições, mas de criar mecanismos autônomos e independentes para investigar e punir. E isso precisa acontecer em todo o país. Cada um precisa cumprir seu papel dentro da lei.
Serviço
Livro: Oficiais do Crime – Como funciona a corrupção estrutural e sistêmica na elite da PM do Rio
Autoria: Sargento Silva e Sérgio Ramalho
Editora: Matrix Editora
Páginas: 208
Preço: R$ 52,00
Onde encontrar: Matrix Editora, Amazon e livrarias físicas