Depois de 11 anos, Conab volta a formar estoques de trigo
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Foto: Conab/ Divulgação
Produção gaúcha de trigo foi descarregada na unidade armazenadora da Conab em Ponta Grossa, no Paraná
Foto: Conab/ Divulgação
Cerca de 7,2 mil toneladas de trigo foram adquiridas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de produtores do Rio Grande do Sul.
A compra foi realizada por meio do mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), lançado ainda no ano passado como forma de assegurar o preço mínimo aos agricultores gaúchos, quando o preço do cereal se encontrava abaixo do preço mínimo estabelecido pelo governo federal.
O investimento soma R$ 11,78 milhões, sendo R$ 9,97 milhões nas aquisições, incluindo ICMS, e R$ 1,8 milhão em remoção.
“A Conab e o governo federal estão estendendo a mão para os produtores de trigo do Rio Grande do Sul, que é o estado que mais produz o cereal no país. Pagamos, em média, R$ 12,00 a mais por saca de trigo, em comparação ao preço do mercado. A Companhia atua para garantir a comercialização e ajudar o agricultor. Asseguramos preços e, por outro lado, contribuímos para a segurança alimentar da população brasileira”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.
A aquisição do grão é realizada no polo de compra aberto pela Companhia na Cotripal Agropecuária Cooperativa, localizada no município de Pejuçara. Logo após adquirido, o cereal é removido pela estatal para a sua unidade armazenadora em Ponta Grossa, no Paraná. Por dia, uma média de 15 caminhões saem do município gaúcho. Técnicos das superintendências da Companhia de Logística Operacional, de Fiscalização, do Rio Grande do Sul e do Paraná acompanham diretamente os trabalhos. A expectativa é que a operação seja finalizada no final deste mês.
A oferta do cereal no mercado internacional tem refletido em uma pressão de baixa nas cotações do produto nas últimas safras. Para o produto colhido na temporada 2023/2024, o governo federal lançou instrumentos de apoio à comercialização por meio de leilões públicos do Pepro e PEP, como forma de auxiliar os produtores.
Com essas operações, o governo apoiou o escoamento de cerca de 479,28 mil toneladas do cereal. Já para o ciclo 2024/25, a medida adotada foi a AGF, atendendo a produtores do Rio Grande do Sul, local em que as cotações permaneceram abaixo do preço mínimo vigente.
Novas aquisições
Atento aos cenários de mercado, o governo federal não descarta fazer novas aquisições de produtos alimentares de forma a reforçar os estoques públicos do país.
A Conab segue monitorando os preços dos principais produtos contemplados na PGPM, bem como o panorama de mercado tanto nacional como internacional de forma a assegurar uma remuneração mínima aos produtores, atuando como balizadora da oferta de alimentos, incentivando ou desestimulando a produção e garantindo a regularidade do abastecimento nacional.
Instrumento da PGPM, a AGF tem o objetivo de apoiar produtores rurais, agricultores familiares e suas cooperativas por meio da aquisição de produtos quando o preço de mercado se apresenta inferior ao preço mínimo estabelecido para a safra vigente. A aquisição depende do repasse, pelo Tesouro Nacional, dos recursos necessários à operacionalização das aquisições.