ECONOMIA

A expansão da General Motors no Rio Grande do Sul

Uma das faces da reestruturação produtiva internacional foi, e tem sido, a mudança de endereço da produção de muitos ramos da atividade industrial que encontrou nessa estratégia uma forma de assegurar padr
José Antônio Alonso / Publicado em 16 de agosto de 2009

Uma das faces da reestruturação produtiva internacional foi, e tem sido, a mudança de endereço da produção de muitos ramos da atividade industrial que encontrou nessa estratégia uma forma de assegurar padrões mais elevados de competitividade e expansão. Nesse sentido, grande parte da cadeia automotiva, progressivamente, passou a dirigir seus projetos de expansão para países da periferia mundial que já tivessem ambientes industriais e mercados em escala compatível com as necessidades exigidas pelo setor.

Na América Latina, o Brasil é o país com melhores atributos nesse sentido, e no Brasil, o RS é um dos estados, juntamente com São Paulo, Paraná e Minas Gerais, que melhor atende aos requisitos desse ramo da indústria. Foi nessa conjuntura que o país e o estado assistiram, na segunda metade dos anos 1990, o maior leilão (festival) de incentivos e facilidades, desde o Plano de Metas do JK, a diversos ramos da indústria, mas principalmente ao setor automotivo. Depois de perder várias disputas (Fiat, Renault, Mercedes Benz), o Rio Grande do Sul “entrou de sola” na disputa pelo projeto da GM, fazendo a maior concessão da sua história a um grupo privado.

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Para o RS foi bom, porque a matriz industrial do estado não dispunha desse ramo de produção, tendo nesse caso aumentado a diversificação industrial, embora tenha pago elevado “pedágio” nessa empreitada. Além disso, a natureza e a escala desse complexo operam como um difusor de exigências tecnológicas, o que representa uma vantagem para a economia local.

Para a GM e seus sistemistas foi ótimo, porque encontrou terreno fértil em disponibilidades de mão-de-obra, boa tecnicamente e barata, além de um pacote de estímulos financeiros, tributários e de infraestrutura que nenhum outro setor jamais havia recebido no estado. Isso tudo assegurou a competitividade necessária para o sucesso do empreendimento, que foi ampliado em 2004 e agora prepara nova expansão.

Essa nova etapa exige um investimento de R$ 2 bilhões, sendo mais da metade (R$ 1,044 bilhão) financiado com poupança nacional (BNDES, BRDE e Banrisul) e a operação do projeto será desonerada do ICMS em 75% durante dez anos, mais os eventuais incentivos do IPI (federal) que asseguram à empresa condições excepcionalmente favoráveis numa situação de crise. Inegavelmente, é o melhor dos mundos, para uma companhia que passa por grandes dificuldades em seu país de origem.

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