O II Encontro Estadual de Professores da Ulbra, realizado no dia 16 de maio, no campus Canoas, reuniu docentes de diversos campi e Unidades de Ensino da Educação Básica da instituição para uma avaliação da greve e da mobilização que culminou na mudança da Reitoria.
Concluído na forma de assembleia, o evento também serviu para aprofundar a discussão sobre as reivindicações dos docentes em relação à reestruturação da universidade. A sistematização de um texto de resoluções foi ratificado pela assembleia geral. No documento, os professores apresentam suas propostas para a reestruturação política, administrativa e acadêmica da Ulbra.
As propostas originais para a reestruturação da Ulbra foram elaboradas durante a greve e entregues ao novo reitor, Marcos Ziemer, pela Comissão representativa de professores da Ulbra e direção do Sinpro/RS, no dia 20 de abril. Agora referendadas e detalhadas no Encontro e pela assembleia de professores, as propostas foram reencaminhadas à Reitoria com a solicitação de uma nova reunião, que até o final de maio ainda não tinha sido agendada.
“Os professores entendem que, além da troca do primeiro escalão administrativo, as mudanças devem se estender a todos aqueles que exercem cargos de comando e que se identificavam com a cultura e as práticas do ex-reitor”, ressalta Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS. Para o dirigente, o processo vivido na Ulbra foi largamente protagonizado pelos professores, o que avaliza o desejo de maior participação da categoria na definição dos rumos da instituição.
A assembleia dos professores, além de ratificar as resoluções, discutiu ainda a proposta da Reitoria, de reavaliação dos bens penhorados na execução do acordo judicial e adiamento do leilão. A proposta foi aprovada por estreita maioria ao final do debate.
No dia 18 de maio, foi realizada audiência na 3ª Vara do Trabalho de Canoas, presidida pelo juiz Luis Fernando Henzel, com representações do Sinpro/RS e da Celsp/Ulbra, para homologar a conciliação referente ao adiamento. O leilão dos bens penhorados na execução do acordo judicial, previsto para 25 de maio, foi remarcado para o dia 8 de junho. Na audiência, também foi ajustado que os valores arrecadados por meio de venda em leilão dos imóveis serão revertidos, não só para pagamento da execução do acordo judicial, mas também dos salários vincendos. O lote de imóveis totaliza 127 hectares e foi avaliado em R$ 90 milhões, com lance mínimo de 90% deste valor – o que não era previsto no edital anterior e que motivou o acordo para adiamento. A dívida salarial e de multas relativa ao acordo judicial da Ulbra com os professores atinge R$ 26 milhões. “Face ao comprometimento de todos os recebíveis da instituição, todas as expectativas quanto à disponibilidade de recursos para o pagamento dos salários está voltada para a alienação de bens patrimoniais”, enfatiza o diretor do Sinpro/RS.