A sociedade brasileira vive um momento especial de sua história com a possibilidade da implementação de programas educacionais do governo federal, que tentam reduzir os grandes prejuízos sofridos pela população que tem o direito subjetivo a uma educação de qualidade.
Afinal é consenso que os conhecidos problemas sociais, como a falta de opções para os mais pobres, a impossibilidade de ascender na vida, a dificuldade de construir cidadania e a extrema violência a que assistimos têm na falta de projetos educacionais efetivos sua principal motivação.
O sucesso desses programas depende, além da vontade política dos governantes, de profissionais que operacionalizem essas intenções. Dentre eles, precisamos de professores valorizados, motivados e que assumam integralmente este grande desafio.
Na contramão desse necessário esforço nacional, no último dia 11, no programa Casseta & Planeta, da TV Globo, assistimos a um quadro lastimável de ataque à imagem dos professores e, em especial, das professoras.
Nele uma conhecida atriz “global” interpreta uma professora que entra em uma sala de aula com roupas e ar sedutores e afirma que realizaria “programas sexuais”, inclusive com alunos, como forma de complementar seu baixo salário. Mais do que isso, a seqüência das cenas deixa subentendido o envolvimento com um aluno.
A representação caricata e desrespeitosa das professoras, apresentada pelo quadro do programa global, é um fato grave, uma brincadeira irresponsável que está a serviço da desvalorização social dos docentes.
Uma rede de tal alcance deveria ter o cuidado de não ferir a honra e a dignidade de professores e professoras, que tomam em suas mãos, com responsabilidade, a tarefa de fazer a educação em nosso país. Deveria ter o compromisso social de abrir espaço para programas educativos e, como de resto toda a população brasileira, participar do grande desafio nacional em prol da valorização das instituições educacionais, dos professores, e daqueles que acreditam ser a educação o meio capaz de transformar a nossa sociedade.