EDUCAÇÃO

Pesquisa investigou violência contra professores

Publicado em 21 de março de 2007

Situações de violência verbal ou física no ambiente escolar e desconstituição da autoridade do professor pelos alunos e pelas direções das escolas são conflitos vivenciados no cotidiano de boa parte dos professores do ensino privado do Estado. Essa é uma das constatações da pesquisa de opinião desenvolvida pela ComTexto para o Sindicato dos Professores (Sinpro/RS), entre novembro de 2006 e o início de janeiro. A sondagem aponta que, entre aqueles profissionais que responderam ao questionário, 92% já sofreram ou presenciaram algum tipo de violência no ambiente de trabalho.

“A proposição do Sinpro/RS de uma pesquisa foi motivada por relatos da violência contra professores nas instituições de ensino privado. Os resultados obtidos oferecem um panorama claro sobre a questão”, observa Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS. Segundo ela, os dados indicam a necessidade de o Sinpro/RS continuar alertando sobre os prejudiciais reflexos da violência e reivindicando, junto ao sindicato patronal, maior atuação das direções de escolas para prevenir e reprimir atitudes de alunos, pais e coordenadores que desqualificam o professor. “Há uma relação direta da violência relatada com a desvalorização profissional. O sentimento de desvalorização do trabalho faz com que professores adoeçam e, pior, trabalhem doentes com receio de demissão.”

Elaborada por meio de formulário-padrão, a pesquisa foi respondida por 440 professores do ensino privado de Porto Alegre (54,5%), da Região Metropolitana (13%) e do Interior (32,5%). Dentre os entrevistados, professores da Educação Infantil à Educação Superior.

A desconstituição da autoridade do professor foi o fato ligado à violência mais citado pela amostra (83,2%), seguido da atividade sem remuneração (76,8%), a ingerência na avaliação dos alunos (64,9%) e na ação pedagógica (53,3%). Para 37% dos professores pesquisados, as direções de escolas são omissas em relação à violência no ambiente escolar e procuram responsabilizar os professores na maioria dos casos.

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