O Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS) inicia neste mês, data-base da categoria, a negociação coletiva com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe/RS). Dentre as reivindicações está o reajuste salarial: INPC do período (a previsão é de que fique em torno de 5%) mais 2% de aumento real. A campanha salarial deste ano destaca o investimento nos profissionais da educação como fundamental para a manutenção do diferencial de qualidade do ensino privado do Rio Grande do Sul. O andamento das negociações pode ser acompanhado no portal do Sindicato dos Professores (www.sinprors.org.br).
A primeira rodada de negociação está agendada para o dia 7, quando Sinpro/RS e Sinepe/RS definirão um calendário para as reuniões. A pauta de reivindicações foi entregue ao sindicato patronal em dezembro do ano passado. Aprovada em assembléia geral, a pauta traz como destaques o reajuste salarial – INPC de março de 2005 a fevereiro de 2006 (em torno de 5% segundo estimativa do Dieese) mais 2% de aumento real; a formalização, pelas escolas, de suas ações que encaminhem soluções para os problemas de violência contra professores; a remuneração dos docentes da Educação a Distância – de acordo com as especificidades desta oferta e considerando a elaboração dos materiais, a docência e o atendimento aos alunos, além da contratação de professores também para o trabalho de tutoria. O documento completo está na íntegra no portal do Sinpro/RS.
Além de abranger a comunidade escolar, a campanha salarial lançada pelo Sinpro/RS busca conscientizar a sociedade sobre a importância do trabalho docente na constituição da qualidade do ensino privado. Afinal, a qualificação do ensino é a razão da existência do setor privado. “Ensino Privado – valorizar o profissional é garantia de qualidade” é o slogan da campanha.
“Salário justo, reconhecimento, respeito à dignidade dos profissionais e regulamentação das relações de trabalho são referências básicas”, destaca Norberto Vieira, diretor do Sinpro/RS. Ele lembra do resultado da pesquisa sobre o perfil da categoria, contratada pelo Sinpro/RS no final do ano passado, que revelou o forte investimento dos professores em aprimoramento profissional e em hábitos culturais. “As instituições de ensino devem respeitar e valorizar esses profissionais.”
No segundo semestre do ano passado, os sindicatos formaram quatro comissões paritárias para antecipar as discussões específicas da Educação Profissional, do pagamento da hora in itinere, da regulamentação do plano de carreira da Educação Superior e da oferta de plano de saúde. A Educação a Distância também foi objeto de estudo de um grupo de trabalho. As orientações a respeito de cada grupo de trabalho estarão na mesa de negociação a partir de março. Segundo a direção do Sinpro/RS, houve consenso em algumas questões que devem ser regulamentadas, como a contra-tação dos professores da Educação Profissional especificamente na condição de docentes e não mais como “instrutores”.
VIOLÊNCIA – Preocupado com os casos de violência (física e moral) contra os professores, o Sinpro/RS incluiu na pauta de reivindicações uma proposta para enfrentar esses problema nas escolas privadas. “Queremos que as instituições de ensino se ocupem efetivamente com esta questão”, expõe Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS. A proposta é que as escolas de ensino passem a formalizar os procedimentos adotados sempre que ocorrerem casos de agressão no âmbito escolar contra professores.