Cruzeiro do Sul: um ano de portas fechadas e débitos em aberto
Os ex-professores do Colégio Cruzeiro do Sul estiveram reunidos na sede do Sinpro/RS no dia 21 de julho para atualizar informações sobre os processos judiciais e discutir estratégias de ação junto à mantenedora da escola, a Associação Beneficente e Educacional da Diocese Meridional da Igreja Episcopal do Brasil (Abedem), que até o momento não quitou os débitos com seus professores e funcionários. A reunião deliberou marcar o próximo dia 19 de agosto – dia em que será completado um ano de fechamento da instituição – com um protesto. Estão sendo enviadas cartas a todas às Dioceses da Igreja e feitas denúncias à comunidade pelo descaso e o desrespeito com os professores e funcionários que não receberam seus salários e verbas rescisórias.
Quando fechou suas portas, o então quase centenário Colégio Cruzeiro do Sul contava com 40 professores e 300 alunos, resultado de um processo de esvaziamento e descrédito que a escola foi enfrentando, principalmente por problemas de gerenciamento e adaptação às novas exigências do ensino privado.
Apesar do empenho dos docentes que aceitavam reduções salariais para manter a escola funcionando (20% na Educação Infantil, 15% no Ensino Fundamental e 10% no Ensino Médio), a Abedem não aceitou esses percentuais. “A mantenedora foi inflexível, apresentando proposta de redução em torno de 50%, o que inviabilizou um acordo”, explica o diretor do Sinpro/RS, Celso Stefanoski.
Ainda conforme o diretor, antes de ingressar com ação judicial, o Sinpro/RS fez inúmeras tentativas para buscar uma saída negociada para a indenização dos professores. “Estranho e indignante que, passado um ano, a Abedem, vinculada à Diocese Meridional da Igreja Episcopal do Brasil, não tenha feito empenho algum para quitar os débitos trabalhistas com os profissionais, dos quais muitos dedicaram suas vidas à instituição”, observa.