Depois do anúncio de que o Colégio Gonzaga não fecharia suas portas, o Sinpro/RS realizou assembléia geral com os professores do La Salle Gonzaga, de Pelotas, no dia 25 de outubro, quando foi avaliado o processo de mudança de mantenedora da escola e os procedimentos rescisórios dos professores, com vistas à recontratação pela nova administração no próximo período letivo, quando a instituição deixará de pertencer à rede lassalista.
De acordo com declarações feitas antes e depois da formalização da compra do Gonzaga, os futuros gestores, os empresários Carlos e Henrique Santo das escolas Teorema e Mega, garantiram publicamente que os docentes serão recontratados a partir de fevereiro de 2004.
“ O Sindicato, desde o primeiro momento, envolveu-se na mobilização dos professores, da comunidade escolar e da sociedade pelotense pela manutenção do funcionamento do Colégio Gonzaga. Realizamos em 15 de outubro reunião com o presidente da Sociedade Porvir Científico, Irmão Edgar Nicodem, e formalizamos a disposição do Sinpro/RS para efetiva negociação, objetivando a preservação do Colégio. Também nos reunimos com todos os representantes da comunidade escolar para aglutinar forças em torno do objetivo de manter a escola funcionando. Hoje, avaliamos que o mais importante é que a instituição permanecerá cumprindo sua função na comunidade, independente da saída dos lassalistas”, argumenta o diretor do Sinpro/RS, Amarildo Cenci.
A solução só veio após longas tratativas envolvendo representantes da comunidades escolar, da mantendedora e os empresários que se dispuseram a assumir a escola. Essa negociação ocorreu na noite do dia 21, após o anúncio de fechamento ocorrido no dia anterior, quando, por convocação da mantenedora realizou-se uma reunião com a comunidades escolar, ocasião em que o Irmão Edgar Nicodem (presidente da provícia), após apresentar o novo diretor da escola, comunicou a decisão de encerrar as atividades do Gonzaga a partir de 31 de dezembro. A declaração gerou imediata revolta dos presentes, inclusive com cenas de depredação nas dependências da escola e agressões físicas ao irmão e aos seus assessores provocadas por pais e alunos.
Quanto aos rumores de fechamentos de outras escolas da rede lassalista Nicodem, em coletiva à imprensa, logo após o tumulto, foi taxativo: “Não pretendemos fechar nenhuma outra escola da rede. Nosso problema é o Gonzaga”.
“ O Sindicato teve participação decisiva, junto da comunidade escolar, no processo de reversão do encerramento das atividades no Gonzaga e permanecerá representando os professores no que diz respeito à manutenção dos seus direitos bem como dos postos de trabalho”, conclui Luiz Otávio Pinhatti, diretor do Sinpro/RS em Pelotas e professor do Gonzaga.