Respostas para uma educação de qualidade
Igor Sperotto
O Sindicato dos Professores dá início neste mês à negociação salarial com o Sinepe/RS destacando a relação entre a valorização dos professores e a qualidade da educação. Na mesa, melhoria salarial, regulamentação e remuneração do trabalho extraclasse e limitação de alunos por turma como fatores necessários para que o ensino privado gaúcho ofereça de fato educação de qualidade.
A campanha salarial 2013 vai ao encontro de um desa o que tem mobilizado toda a sociedade brasileira: a educação de qualidade. O mote da campanha surgiu em outubro do ano passado, quando o Sindicato realizou a Semana da Consciência Profissional – uma provocação para os professores manifestarem-se sobre suas condições de trabalho. Os professores con rmaram: excesso de trabalho extraclasse, excesso de alunos por turma, falta de valorização e de apoio pro ssional e salários defasados são os principais problemas enfrentados pela categoria e que impactam diretamente na qualidade da educação. No mesmo período, o Sinpro/RS dialogou com a campanha do Grupo RBS A educação precisa de respostas, chamando a atenção também para a realidade do ensino privado e para o fato de que os professores têm respostas.
“Não se faz educação de qualidade sem investimentos. Todos sabem que salário atrativo, condições de trabalho e de saúde para o professor são premissas fundamentais para educação de qualidade. É o professor que está à frente do processo ensino-aprendizagem. Assim como precisa se qualificar para a função, precisa ser valorizado”, destaca Sani Cardon, diretor do Sinpro/RS. “Há uma enorme discrepância entre o nível de exigência da sociedade para o professor e a remuneração e valorização deste trabalho”, diz Amarildo Cenci, diretor do Sindicato.
Além de ações de mobilização, a campanha salarial 2013 ganha espaço nas rádios, jornais, busdoor e nas redes sociais de forma a ampli car este debate. “A participação dos professores é importante neste processo”, a rma Cenci. “Somos uma categoria pelo atendimento de mais de 630 mil estudantes da educação básica e superior que buscam educação de qualidade”.
NEGOCIAÇÕES – A exemplo de 2012, a negociação salarial deverá ser por nível de ensino (básico e superior). O Sinpro/RS está propondo a discussão por eixos temáticos: atividade extraclasse e direito ao descanso; melhoria salarial; política e estratégias de preservação da saúde docente; regulamentação da concessão das férias e da indisponibilidade para o trabalho no recesso letivo; regulamentação e remuneração do trabalho docente nas atividades especí cas da educação superior (supervisão de estágio, coordenação de curso, entre outros) e melhorias nas condições de trabalho da educação básica. “O novo formato de negociação proposto pretende dar conta das especi cidades e variáveis de cada área”, explica Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS.
Tendo em vista que a dinâmica da negociação salarial será em câmaras específicas e simultâneas, os professores aprovaram de forma separada nas assembleias regionais as pautas de reivindicações da Educação Básica e da Educação Superior. A negociação em separado foi aceita pelo Sinepe/RS em 2012 e atende uma reivindicação histórica do Sinpro/RS com o objetivo de um debate mais aprofundado, que contemple a realidade de trabalho desenvolvido pelos professores de cada nível.
Também foi pauta nos encontros a definição da Contribuição Assistencial que será descontada de todos os professores, entre outros pontos de interesse da categoria, bem como foram eleitos os delegados do Sinpro/RS para o Congresso da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado do RS (Fetee/Sul), que ocorrerá nos dias 15 e 16 de dezembro, em Porto Alegre.