Foto: Lúcio Bernardo Jr./Abr
Foto: Lúcio Bernardo Jr./Abr
Nesta edição do Jornal Extra Classe, duas das principais forças políticas do país são analisadas no que se refere à influência que exercem, no Legislativo no Executivo e até mesmo no Judiciário. Especialmente no Congresso Nacional. Entrevista que abre a edição e traz o estudo sobre os evangélicos na política realizado pela professora de Psicologia Bruna Suruagy, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Ela fez 42 entrevistas com parlamentares, assessores e jornalistas e produziu sua tese de doutorado Religião e política: ideologia e ação da Bancada Evangélica na Câmara Federal. Segundo ela, a Bancada Evangélica é o grupo de parlamentares organizados em bloco com maior poder político no Congresso. Disputa com o agronegócio, empreiteiras e empresários a influência sobre temas que têm se mostrado alheios à democracia e aos avanços sociais. A Bancada Evangélica, na atual legislatura, tem 196 deputados que atuam como polícia moral, decidindo quais projetos devem ou não ser votados ou aprovados, usando de todos os meios para impedir a modificação da legislação e garantir a manutenção das estruturas sociais e simbólicas. Trata-se de uma poderosa e milionária máquina evangélica de fazer política. Bruna Suruagy explica o sistema político dominado pelos pentecostais, como são forjados os candidatos e por que o poder econômico das igrejas anula os partidos políticos nos processos eleitorais.
Ao lado dos evangélicos, muitas vezes aliados, está a bancada do agronegócio, outra força política que tem se mostrado decisiva nos rumos do país, quase sem limites, no atual governo Temer. Metade da Câmara é ruralista. Mais da metade do Senado, ruralista. Foram esses deputados e senadores, em boa parte, os responsáveis, em costura feita pelo deputado federal afastado Eduardo Cunha, pela viabilização do impeachment de Dilma Rousseff. Verdade que mantiveram um pé em cada canoa, já que a ex-ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), se manteve fiel a Dilma até o último instante. Mas a força da bancada se revelou na votação pelo “sim”, nos dias 17 de abril (aniversário de 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará), na Câmara, e 12 de maio, no Senado.
Temos também uma reportagem que avalia os 20 anos do anúncio da GM pelo então governo Antônio Britto. Na época, o Extra Classe fez uma histórica reportagem, premiada naquele ano, sobre o tema, que retoma duas décadas depois para refletir com os leitores se a Fábrica trouxe progresso ao Estado ou foi apenas um presente dado pelo governo à iniciativa privada com o dinheiro das privatizações e dos incentivos fiscais. Esses e outros temas fazem parte deste conturbado julho de 2016.
Boa leitura!