GERAL

A cultura da juventude é um espanto!

Publicado em 16 de julho de 2000

Pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo – Juventude: Cultura e Cidadania – revela um quadro que pode bem dar conta do fosso que existe entre os jovens e a cultura. Seis de cada dez pesquisados nunca foram a um show de rock ou coisa que o valha e oito jamais assistiram a um espetáculo de música erudita.

Mais grave: metade deles nunca botou os pés em um museu ou em um teatro, três em cada dez nunca foram a um show de música brasileira e 15%, na média, declararam jamais ter ido ao cinema. Na faixa de menor renda pesquisada pela Fundação, 27% dos jovens disseram nunca ter ido ao cinema.

Foram ouvidos 1.806 pessoas entre os 15 e 24 anos das nove maiores regiões metropolitanas do país. Há quem diga que os jovens gostam de outras coisas e é verdade: sete de cada dez declararam, na mesma pesquisa, que foram ao shopping nos últimos 30 dias.

Seqüestrador também tem mãe

Não foi apenas a família da professora Geísa Gonçalves quem sofreu com a morte estúpida da filha, em situação ainda não esclarecida pelas autoridades. A mãe do seqüestrador Sandro do Nascimento ainda não pôde dispor do corpo do filho devido à uma confusão de nomes. Registrado na Polícia como Sandro, o seqüestrador asfixiado pelos policiais cariocas na verdade se chamava Alessandro Júnior da Silva. Sua mãe, Elza da Silva, ainda sofre para enterrar o filho, de 21 anos, que havia sobrevivido à chacina da Candelária (1993). O corpo dele continuará no IML até que a faxineira – desempregada – consiga provar que é realmente mãe do seqüestrador. A trajetória de Alessandro não é surpreendente entre meninos e meninas excluídos: aos três anos, foi dado pela mãe a uma vizinha, que morreu assassinada quatro anos mais tarde. Daí ele foi parar nas ruas, onde “morou” até 1998. Nesse ano, procurou Elza e viveu com ela até março de 1999, quando voltou às ruas. Nunca teve emprego, nem estudo, nem família. Alessandro da Silva não tinha documentos ou escolaridade. Apenas duas passagens pela Polícia, como Sandro do Nascimento: em 1997, por furto, e em 1998, por tentativa de assalto. E respondia a outros dois processos, por furto e uso de drogas.

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