Mulheres discriminadas
“Nenhuma sociedade trata suas mulheres tão bem quanto seus homens”, revelou o Relatório do Desenvolvimento Humano de 1997, editado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O documento afirma que em nenhum lugar do mundo as mulheres têm condições de vida iguais às dos homens e, quanto mais pobre o país, maior é o grau de exclusão feminina. O Pnud criou dois índices para medir as diferenças de gênero. O Índice de Desenvolvimento por Gênero (IDG) leva em conta as diferenças de esperança de vida, alfabetização, matrícula na escola e renda entre homens e mulheres. Já o Índice de Poder por Gênero (IPG) mede o grau de participação das mulheres na força de trabalho, nos cargos de chefia, na política e em profissões técnicas.O Brasil figura no 60º no ranking do IDG, no 68º lugar do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e 58º no ranking do IPG.
População excluída
Pesquisa nacional Datafolha mostra que os excluídos somam 59% da população do país. São pessoas que estão à margem de qualquer meio de ascensão social. Na escola, 86% desses brasileiros não foi além da 8ª série do 1º grau. Quase todos, 97%, têm renda familiar menor do que R$ 1.120,00. Antítese dos excluídos, a elite se resume a 8% dos brasileiros. É o grupo que está, sob os aspectos de renda e escolaridade, no topo da pirêmide social.
Quem decide este jogo?
Foi o tema do seminário internacional Globalização, Neoliberalismo e Privatização que lotou a Sala II do Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de 21 a 25 de julho. Promovido por mais de 20 entidades, o evento propôs uma visão crítica da realidade econômica atual através da participação de professores, estudantes, políticos, economistas, sindicalistas e especialistas de vários países das Américas. A Globalização e os impasses do neoliberalismo, o Sistema financeiro e o capital internacional, Privatização, desregulamentação e abertura dos mercados: Argentina, Chile, Ingla-terra e México, A proposta Neoliberalismo no Chile, na Argentina e no México, Privatizações no Brasil e Políticas agrária e agrícola na globalização foram os painéis apresentados nos cinco dias do seminário.
Sem carteira assinada
A globalização da economia determinou mudanças radicais na estrutura de produção e na atuação do mercado informal. Segundo o professor Victor Tokman, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 56% da ocupação total da América Latina é informal. O estudo do professor Tokman para a América Latina aponta o setor informal como responsável por oito em cada dez empregos gerados na economia. Entre 75% e 80% dos informais são pobres. A pesquisa feita em 1995 mostra ainda que 52% das mulheres que trabalham e 54% dos jovens estão no setor informal.
Contra o desemprego
Milhares de argentinos ocuparam a Praça de Maio, diante da Casa Rosada, no dia 11 de julho, contra a política econômica do governo Carlos Menem. Os líderes dos sindicatos e dos partidos políticos que organizaram a manifestação prometeram parar o país no dia 8 de agosto próximo, numa greve geral. O ato será mais um protesto contra o desemprego, que atinge 17,3% da população, a abertura da economia e as privatizações.
Violência aumenta
O novo relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre a violência no campo revelou que os conflitos no campo pela posse da terra, no Brasil, dobraram no ano passado em relação a 1995, quando foram registrados 440 casos. O levantamento aponta ainda aumento nos assassinatos: de 41 sem-terra mortos em 1995, o número saltou para 54 em 1996.
Revista Sem-Terra I
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra lança, em 30 de julho, a Revista Sem-Terra. De circulação nacional, a publicação pretende debater idéias e informar bem o público militante. O evento é realizado na sede do Cpers (Rua Alberto Bins, 480 – Centro/Porto Alegre), às 18h 30min. Integrou a programação paralela do 7º Foro de São Paulo, um encontro das organizações de esquerda da América Latina e do Caribe fundado pelo Partido dos Trabalhadores em 1990 que, este ano, aconteceu em Porto Alegre, de 31 de julho a 3 de agosto.
Revista Sem-Terra II
Na ocasião do lançamento, o líder nacional do MST, o economista João Pedro Stédile, esteve presente para o debate “Conjuntura Nacional e a necessidade de um projeto alternativo para o Brasil”.