Quatro meses após ver seu nome incluído no panteão dos imortais franceses, o historiador François Furet morreu no dia 12 de julho passado, aos 70 anos de idade, em decorrência de um derrame cerebral. Seu corpo foi enterrado em Figeac (sul da França), após uma cerimônia reservada à família.
Nascido em 27 de março de 1927, Furet era considerado um dos mais importantes estudiosos da Revolução Francesa (1789). Seu livro Pensar a Revolução, lançado em 1978, rompeu com a abordagem marxista, até então consagrada no tema. Em vez de compreender a Revolução Francesa como a ascensão da burguesia ao poder, Furet propõe uma leitura política que privilegia as relações de força entre os diferentes poderes. O socialismo foi outro objeto de estudo do historiador. Em 1995, ele lançou o ensaio O Passado de Uma Ilusão – Ensaio sobre o Ideário Comunista no Século 20, obra sobre a relação dos homens do século 20 com a idéia de comunismo.
Furet teve uma carreira acadêmica de sucesso. Ele se tornou pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas em Ciências aos 29 anos. Nos anos 60, foi um dos fundadores da revista Le Nouvel Observateur. Também foi diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais entre 1966 e 1968. Simultaneamente, trabalhou na Universidade de Chicago (EUA). Em março deste ano, foi eleito membro da Academia Francesa.
François Furet esteve em Porto Alegre no dia 4 de novembro do ano passado, a convite do Sinpro/RS, da Usina do Gasômetro e do Instituto Marc Chagall, tratando do tema O passado de uma ilusão no II Ciclo de Conferências Internacionais.