Foi lamentável, mais uma vez, a postura dos EUA, em Johanesburgo, diante de mais uma iniciativa para tornar o mundo um lugar menos poluído. Mas já era esperado. Desde a recusa em assinar o tratado de Quioto, já se sabia o que viria. Bush e seus asseclas têm interesses a defender, dentre eles, os dos barões texanos do petróleo. O ex-presidente George Clinton em entrevista a David Letterman (o programa original em que Jô Soares buscou inspiração), em que afirma com todas as letras, que a simples entrada dos EUA em uma política que desse prioridade ao desenvolvimento de tecnologias e implementação de um modelo de sustentabilidade com matriz em fontes de energia renováveis injetaria novo ânimo em sua economia. Para ele, se os EUA não repensarem essa negativa, ficarão à margem de um processo histórico. Resta saber se o mundo e principalmente o Brasil ficarão a reboque do modelo republicano e conservador norte-americano. O fato é que a questão energética, tema recorrente no EC, está por trás de tudo, inclusive dos interesses americanos no Iraque, conforme nossa reportagem que ouviu os principais especialistas do setor, que indicam o Brasil como um grande vocacionado para a produção de energia limpa.
Uma entrevista com J.B. Thompson demonstra o quanto a arte política utiliza habilmente a mídia para criar e derrubar mitos. Para Thompson, o que importa, no final das contas é o poder simbólico que as personalidades políticas defendem ou atacam e comenta casos recentes no Brasil e nos EUA.
Nossa Reportagem percorreu a via sacra de moradores de rua na busca de tratamento da AIDS e aponta as dificuldades de convencimento e de implementação de políticas que atinjam seus objetivos com esse público. Também ouvimos o que autoridades ligadas à cultura de diversos países discutiram em Porto Alegre, durante a reunião mundial de cultura que precede o FSM. Quando, entre outras coisas se discutiu uma cultura de inclusão e de resistência a globalização. E por falar em cultura excludente, Paulo Lins, autor de Cidade de Deus fala do seu livro que virou filme e da visão de quem está dentro da favela e fora da sociedade. O próprio Lins, que também é professor, sentiu na carne, por trinta anos, essa realidade morando na favela que descreve.