Os professores e funcionários do ensino privado rejeitaram a proposta patronal, apresentada no dia 21 de março, de reajustar os salários abaixo da inflação e denunciaram a iniciativa de dirigentes das escolas de tentar “arrochar” os salários, rompendo o princípio de reposição anual da inflação que vem norteando as negociações nos últimos dez anos. A posição dos sindicatos é de que qualquer índice que não reponha a inflação indexada pelo INPC não será aceito em hipótese alguma, pois representa perda de poder aquisitivo para os trabalhadores. Na assembléia geral conjunta de professores e funcionários, realizada no início de abril, as categorias igualmente repudiaram a proposta das escolas.
Foto: René Cabrales
A inflação de março de 2001 a fevereiro de 2002, medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), tradicionalmente utilizado como parâmetro nas negociações, foi de 9,57%. Segundo a direção do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), os representantes de escolas alegam que o reajuste das anuidades escolares para 2002 ficou aquém da inflação do período.
“Transferir para os trabalhadores o ônus de um equívoco administrativo é uma solução simplista que visa, na realidade, arrochar os salários”, assegura Amarildo Pedro Cenci. “O argumenta das escolas não condiz com a trajetória de reajuste das mensalidades dos últimos seis anos, incluindo a de 2002”.
O professor Celso Stefanoski, diretor do Sinpro/RS, destaca o trabalho, realizado pelo Sindicato nos últimos seis anos, de monitoramento da evolução das anuidades do ensino privado. “A média dos reajustes, tanto da Educação Básica como da Educação Superior, foi mais de 30% superior à inflação”, aponta. Na Educação Superior, enquanto as anuidades aumentaram 120,12%, a variação do INPC no mesmo período foi de 60,54%. “As anuidades de 2002 já estão sendo cobradas com reajuste médio de 9,9% na Educação Superior, e 9.05 na Educação Básica. Diante deste quadro, é inegável as condições das escolas de assegurar a reposição da inflação nos salários dos professores e funcionários”, afirma Stefanoski.
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