O adiamento da Conferência Nacional de Educação (Conae) foi criticado por entidades, movimentos e organizações de todo o país. Prevista para o período de 17 a 21 de fevereiro, em Brasília, a Conae foi remarcada para 19 a 23 de novembro. O Ministério da Educação (MEC) alegou os altos custos e a falta de tempo hábil para uma nova licitação para justificar o adiamento.
Em nota, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação questionou a decisão do MEC, que considerou arbitrária. O adiamento também não foi bem recebido pelo Fórum Nacional de Educação (FNE). Em nota, a entidade disse: “Reconhecemos o prejuízo desta postergação, dada a tramitação do PNE no Congresso Nacional e toda a preparação vivenciada no ano de 2013, apresentando várias propostas que foram incorporadas no texto referência, frutos dos debates nas Conferências Municipais, Intermunicipais, Estaduais e Distrital”.
Para o Sinpro/RS, que participou ativamente das etapas estaduais e municipais, coordenando algumas plenárias, o adiamento desconsidera os debates realizados. “Os delegados do Sindicato defenderam a regulamentação da educação privada, a gestão democrática também para o setor privado, o pagamento da atividade extraclasse, a limitação do número de alunos por turma, plano de carreira para a educação básica e superior, entre outras demandas”, destaca Celso Stefanoski, diretor do Sinpro/RS. Segundo ele, os participantes discutiram temas importantes como educação e diversidade, trabalho e desenvolvimento sustentável, gestão democrática, valorização dos professores e profissionais de Educação, entre outros assuntos dos sete eixos temáticos da Conae.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) também se manifestou publicamente contrária à mudança. De acordo com o documento, a transferência da Conae “retirou a educação da pauta primordial das eleições deste ano, nas quais estarão em disputa os projetos político-sociais para o Brasil”.