GERAL

Aumenta o abismo entre ricos e pobres

Publicado em 11 de dezembro de 2017

De volta ao mapa mundial da fome, sob um golpe de estado absurdo e impune, mergulhado em corrupção e retrocesso, o país também aprofunda ano a ano o fosso da desigualdade social e econômica. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada no final de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a soma de todos os rendimentos recebidos nos lares brasileiros atingiu R$ 255,1 bilhões de reais per capita em 2016. Os 10% de brasileiros que recebem os menores rendimentos detinham 0,8% de todos os rendimentos do país, enquanto os 10% com maiores rendimentos concentravam 43,4%. A pesquisa revela ainda que a renda recebida pelo grupo dos 1% mais ricos é 36,3 vezes maior que a metade dos que têm os menores rendimentos originados pelo trabalho. Ou seja, o 1% mais rico ganha mais que os 10% mais pobres que trabalham. Em 2016, enquanto os rendimentos do grupo do topo da pirâmide social era, em média, R$ 27,08 mil, o grupo oposto ganhava R$ 747 reais, valor inferior ao salário mínimo.

As mulheres representam mais da metade da população em idade produtiva, mas são os homens que dominam o mercado de trabalho no país. Esses ocupam 57,5% dos postos de trabalho. Além dessa disparidade, as mulheres que conseguem acessar o mercado de trabalho ainda recebem remuneração inferior. A média do rendimento mensal recebido por toda a população ocupada foi de R$ 2,14 mil. Às trabalhadoras coube, em média, R$ 1,83 mil, enquanto que os homens receberam em média R$ 2,38 mil, ou 22,9% a mais. Os brancos representavam 46,6%, enquanto os pretos, 9%, e os pardos, 43,4%. O rendimento médio de todos os trabalhos das pessoas brancas, R$ 2,8 mil, foi em torno de 45% maior do que os negros, que receberam R$ 1,5 mil, e pardas, R$ 1,5 mil. A população branca ganha 30,8% acima da média nacional, enquanto que os negros recebem 28% abaixo dessa média e os pardos, 29,1%.

SEIS MAIS RICOS – Relatório A Distância Que Nos Une, lançado em novembro pela ONG britânica Oxfam, sobre desigualdade social no Brasil mostra que os seis brasileiros mais ricos concentram a mesma riqueza que os 100 milhões de brasileiros mais pobres. O documento compara dados do informe Global Wealth Databook 2016, do Credit Suisse, com a lista das pessoas mais ricas do mundo da revista Forbes. Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim) concentram uma fortuna acumulada de 88,8 bilhões de dólares – ou R$ 277 bilhões. Nas últimas décadas, o Brasil elevou a base da pirâmide social, retirando milhões da pobreza, mas piorou os níveis de desigualdade. Mais de 16 milhões de brasileiros ainda vivem abaixo da linha da pobreza.

Duran expõe Moro

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Em depoimento aos

parlamentares da CPMI da JBS, no Senado, no dia 30 de novembro, o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran (foto), afirmou ter sido procurado por procuradores da operação Lava Jato com intuito de fechar acordo de delação premiada reconhecendo crimes que afirma não ter cometido para incriminar autoridades e políticos do país. Além de citar os procuradores que participavam da negociata, o coordenador da força-tarefa na PGR, Sérgio Bruno, o ex-procurador Marcelo Miller, acusado de ter usado seu cargo para auxiliar os donos da JBS a fechar um acordo de colaboração favorável aos donos da empresa; Deltan Dallagnol (aquele do power point), Carlos Fernando Santos Lima, Roberson Pozzobon e Júlio Noronha. Duran colocou o juiz Sérgio Moro na cena do crime.

Padrinho e sócio
Tacla Duran revelou que o advogado Carlos Zuccolo Júnior negociava com os presos de Curitiba um abrandamento na pena e permissão para usufruir de benefícios do crime, caso fizessem uma delação direcionada. E exigia um terço dos honorários por fora. Zuccolo Júnior é amigo pessoal e padrinho de casamento de Moro, além de ser sócio do escritório de advocacia de Rosângela Wolff, mulher do juiz de Curitiba. Tacla Duran afirma ter provas periciadas que comprovam uma série de irregularidades na Lava Jato.

Prisão preventiva
Em uma audiência na Câmara, o professor Aury Celso Lima Lopes Junior, titular do programa de pós-graduação em Ciências Criminais na PUCRS, enumerou uma série de ilegalidades explícitas cometidas pelo Ministério Público na Operação Lava Jato e, a jornalistas, defendeu a prisão preventiva do juiz Moro. “Na delação premiada à brasileira, estão violando a separação de poderes, a legalidade criminal, a reserva de lei e a igualdade na aplicação da lei e isso vai violar a base do estado democrático de direito, que é a própria legalidade”.

 

 

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