CULTURA

A arte de vestir os movimentos do corpo

Por César Fraga / Publicado em 10 de abril de 2018
Anderson Luiz de Souza

Foto: Acervo pessoal

Anderson Luiz de Souza

Foto: Acervo pessoal

Anderson Luiz de Souza, 36 anos, natural do Paraná, é professor universitário na Feevale e na ESPM. Paralelamente à docência, sua principal atividade profissional, ele também desenha e executa figurinos para espetáculos de dança – e até mesmo para uma ópera, para TV e campanhas publicitárias. Recentemente, recebeu sua quarta indicação para o Prêmio Açorianos de Dança, na categoria Figurino.

É graduado em moda. Antes de se fixar como professor, trabalhava com fotografia. Quando terminou a graduação, veio para o Rio Grande do Sul. Na época, 2007, era bailarino e dançava em muitas oportunidades no RS. Primeiro, em Bento Gonçalves, depois Porto Alegre. “Logo que me formei vim passar um tempo por aqui e fui ficando”, conta o paranaense. Em 2008, teve seu primeiro contato com a docência no Senac Canoas em cursos técnicos na área de moda, como professor de desenho. A partir de então, foi ampliando a atuação para cursos livres até chegar ao nível universitário. Chegou a coordenar o curso técnico de moda durante algum tempo até entrar para a Faculdade Senac, na capital. Mas a oportunidade no ensino superior acabou surgindo numa vaga de professor de desenho pela Faculdade Senac. “Na época, a Faculdade Senac estava abrindo o curso de moda e lecionei as disciplinas de Tecnologia Têxtil, Desenho Digital, Computação Gráfica.”

Em 2011, fez uma especialização em Arte Contemporânea e Ensino da Arte, pois queria ter um envolvimento maior com o universo das artes, e “a partir da rede de relações criadas neste curso foi uma espécie de porta de entrada para este mundo e resultou que comecei a pensar meu trabalho de uma maneira mais artística”. A partir daí, ingressou como docente da Feevale, onde atualmente leciona no curso de Moda nas disciplinas de Desenho de Moda, Computação Gráfica, Supervisão de Estágio, Introdução ao Desenho e Metodologia Visual; no curso de Artes Visuais, as disciplinas Desenho, Imagem Digital 1 e 2 (computação gráfica aplicada e avançada), e no curso de Design Gráfico, a disciplina Materiais e Processos 3 (voltada para o mercado gráfico). São 30 horas em sala de aula e mais oito horas de Coordenação do Espaço Cultural, que é uma galeria de arte situada no quarto andar do Teatro Feevale.  A partir deste semestre ingressou também como professor dos cursos de Design e Publicidade e Propaganda da ESPM. No momento, totaliza cerca de 250 alunos/semestre.

Foto: Divulgação

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Em paralelo, sempre manteve a atividade ligada à dança e, por força do ofício, dedicou-se também à produção de figurinos próprios para a dança. “Uma dificuldade comum nesse meio é que a confecção das roupas nem sempre atenta para as necessidades específicas que os movimentos de dança exigem em termos ergonômicos e, justamente por eu ser dançarino e também desenhar roupas, acabei me especializando em produzir figurinos para dança. É preciso entender aquele corpo específico e a coreografia para que foi desenhado o figurino. O que é muito diferente de uma roupa utilizada para o dia a dia”, explica. Inicialmente, desenhava para os grupos de dança em que atuava e logo se transformou em uma atividade free lancer constante, que lhe rendeu várias indicações para prêmios e reconhecimento no meio.

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