Carlos Gerbase, um apaixonado por futebol de botão
Foto: Acervo pessoal
Conhecido há mais de um século, o futebol de botão tem fãs mundo afora. Carlos Gerbase – doutor em Comunicação Social pela PUCRS, pós-doutor em Cinema pela Sorbonne-Nouvelle/Paris V, professor, escritor, cineasta, músico, jornalista, sócio-diretor da Prana Filmes, com Luciana Tomasi, sua esposa – é um dos que foi fisgado. Torcedor do Grêmio, ele vê no jogo um jeito divertido de juntar amigos. O campeonato é profissional e tem regras claras e bem-humoradas. Os encontros acalorados acontecem uma vez por mês.
O primeiro time que ele teve foi presente dos irmãos mais velhos, com quem aprendeu a jogar ainda na infância. O primeiro caderno em que registrou jogos, campeonatos e vencedores é de 1973. Aos 18 anos, já na faculdade, anotou as façanhas em outro caderno. Depois, deu um tempo para se dedicar ao cinema. Retomou os jogos há três anos, com a mesma paixão. A convivência com os amigos, em duas mesas na garagem da Prana, é estimulante. “O grupo é fixo, mas não fechado. Normalmente participam cinco pessoas, mas o ideal é seis. Se alguém tem curiosidade e quiser, pode se apresentar”, diz. No final, quando a taça Prana é entregue ao vencedor, eles fazem um churrasco para confraternizar.
Gerbase é de uma geração ousada e talentosa, que deu asas à produção cinematográfica gaúcha no final da década de 1970. Foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre (1987) e sócio até 2011. Seu primeiro longa-metragem, Inverno, conquistou o prêmio de Melhor Filme em Super-8 no Festival de Gramado de 1983. Vieram o longa em 35mm Verdes Anos (1984), o curta Deus Ex-Machina (1996), os longas Tolerância (2000), Sal de Prata (2005), 3 Efes (2007) e Menos que Nada (2012) e o documentário 1983 – O Ano Azul (2009). E está em fase de produção o longa Bio.
Nessa roda viva, entre tabuleiros, botões, jogos, as aulas na PUC, a câmera na mão e a rotina familiar, Gerbase ensina, aprende e escreve. Produz roteiros para TV e tem dois livros de contos, dois romances e três ensaios sobre cinema. Em 2013 participou do projeto Primeiro Filme, oficinas inspiradas no seu livro didático Primeiro Filme: descobrindo, fazendo, pensando. Foi curador da exposição Moacyr Scliar, O Centauro do Bom Fim (2014) e baterista e vocalista da banda de rock Os Replicantes (1983 a 2002).