OPINIÃO

Trabalho reconhecido

Publicado em 10 de agosto de 2012

Quase um ano depois de ser autuado por fiscais do Ministério do Trabalho, um fazendeiro da região de Vacaria foi obrigado, por decisão do Ministério Público do Trabalho da 4ª Região, a pagar indenizações trabalhistas e por danos morais a dois jovens submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão.

Ao fazer a cobertura do caso, em agosto de 2011, a reportagem do Extra Classe não só denunciou o caso, como apurou mais tarde que o empresário pressionara os jovens a devolverem o dinheiro da indenização trabalhista, o que gerou nova denuncia do jornal ao MPT de Caxias do Sul. Nova reportagem levou ao ajuizamento de uma ação civil pública que culminou no início de julho deste ano a condenação do fazendeiro ao pagamento das verbas rescisórias e de indenizações por dano moral individual e coletivo. O episódio demonstra que a submissão de trabalhadores a condições degradantes é uma realidade a ser combatida com a participação de toda a sociedade, especialmente nos grotões onde faltam oportunidades para os jovens e que o papel do jornalismo é fundamental.

Na reportagem de capa desta edição, uma análise da escolha brasileira por alavancar a economia por meio do estímulo governamental ao consumo de automóveis, com a redução de impostos e outros incentivos e as vantagens e desvantagens decorrentes.

Pertinente uma reflexão acerca da falta de infraestrutura das cidades e do comprometimento cada vez maior da qualidade de vida nos centros urbanos pela falta de mobilidade. Ainda sobre a precariedade da infraestrutura, a decisão do governo estadual de não renovar com as concessionárias das rodovias gaúchas os contratos que vencem em 2013. O enfrentamento dessa questão foi comemorado por amplos setores da sociedade, mas não assegura um ponto final na disputa.

Nossa entrevista apresenta as ideias do sociólogo Richard Miskolci, que aborda as questões de sexualidade e gênero a partir da ótica dos subalternizados e de como a educação pode interferir no respeito à diversidade sexual e às minorias.

Cartas

Editorial

Foto: Glaci Borges/divulgação

Foto: Glaci Borges/divulgação

HUMANIZAÇÃO DOS BICHOS
Sobre a matéria “Demasiado humanos” (Extra Classe 165, páginas 22 e 23), parabenizamos o jornal pela escolha do tema. Trata-se de um fenômeno que impressiona e que, infelizmente, causa mais mal do que bem aos animais, pois aumentou o “mercado” de criadores de animais para venda e aumentou a noção de venda e compra de animais, além da imposição de hábitos cada vez menos naturais a essas espécies domesticadas. Embora pensem os tutores que estão tratando bem, na verdade estão tornando seus animais objetos e não sujeitos como deveriam ser.

Grupo pela Abolição do Especismo (GAE) Porto Alegre www.gaepoa.org

Comentários

Siga-nos