Foto: Rafael Sica
Foto: Rafael Sica
Na Venâncio Aires o Garibaldi/ ABC tem o estupendo 1900, do Bertolucci. Próximo, o Avenida, exibe O Planeta Selvagem e, acho, Dívida de Sangue. Vou ao grandão Castelo pra matinês: Delírios de um Sábio, Viagem ao Centro da Terra e O Manto Sagrado. No Roma, Palavras ao Vento. Ainda na Azenha, no Oásis, vibro com Acorrentados e rio com Oscarito em Pintando o Sete. Já no Marrocos (pra mim, a sala ideal), os clássicos Noviça Rebelde e Alien.
Pela Bento Gonçalves, vou até o Regente ver O Estranho Caso do Conde e o Pirajá traz O Inspetor Geral (ou tô misturando salas?). Na Medianeira, o Alvorada mostra Fim de Semana em Zuyde-Coote, com Belmondo. E no Teresópolis, vou à África com Michael Caine emZulu.
Na Oswaldo Aranha frequento o Mônaco pra verSua Última Façanha, com Kirk Douglas, eIvanhoé, com os Taylor, Elizabeth e Robert. A seguir me enfio no Baltimore: assisto ao antológico O Sol é Para Todos e o cinerama deA Conquista do Oeste. Anos depois, no Bristol, levo meus 3 filhos pequenos pra vermosPoltergeist (que eu já vira), em sessão “proibida” às 22h.
Na Protásio Alves, no Rio Branco, um típico Howard Hawks, Hatari! Sigo até o Ritz, onde passa O Vôo da Fênix e A Casa da Noite Eterna. Vou até a Independência, ao Vogue, que projeta Longe Desse Insensato Mundo, If eEsse Mundo é dos Loucos. No Coral, a sala mais chique, mergulhei em O Mais Longo dos Dias. Por fim, o grandioso Astor. Aí, evento pra cinéfilo não botar defeito: a estreia de 2001:Uma Odisséia no Espaço em sala impecável, obra genial. Para garantir o ingresso, o cinéfilo falta a uma tarde no trabalho. E de lambujem, o cinemão da Benjamin Constant exibe o magistral Grand Prix. Hoje, o pórtico em ruínas no estacionamento embaça as recordações em 70mm.
Sei que entrei, mas sei lá o que vi no Rivoli. Capitólio, Ipiranga, Colombo, Eldorado, Presidente, Real, Rosário, Atlas, Arco-Íris (vulgo Leleco). Nunca pus minhas retinas no América, Brasil, Estrela, Gioconda, Glória, Miramar, Navegantes, Rival, Tamoio, Thalia, Rey. E pela fama, adoraria ter visto o Central, o Apollo e o Coliseu. Mas cheguei tarde, o progresso já arrasara todos.
A gente sempre lembra onde viu filmes memoráveis. Se não lembra, ou o filme não era memorável ou a amnésia já entrou em cartaz. Agora, duvido que as salas multiplex dos shoppings permitam reter essa simetria das lembranças.