MOVIMENTO

Indígenas protestam contra privatização da saúde

Oriundas de diversos estados, elas bloquearam a entrada da Secretaria Especial de Saúde Indígena e lançaram manifesto
Por Cristina Ávila / Publicado em 12 de agosto de 2019
Mulheres representantes de povos dos mais diversos estados protestaram contra a privatização da saúde

Foto: Cristina Àvila

Mulheres representantes de povos dos mais diversos estados protestaram contra a privatização da saúde

Foto: Cristina Àvila

Dentre as 2 mil mulheres indígenas que estão em Brasília desde o último dia 9, vindas de todo o país, um grupo de aproximadamente 200 ocupou a entrada da Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai), nesta segunda-feira, 12, na Capital Federal. A Sesai é responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS).

Elas chegaram as 8h e, no final da tarde, lançaram um manifesto público em que uma das principais preocupações é a privatização da saúde. “Estamos aqui para manifestar a nossa profunda indignação e veemente repúdio aos propósitos do governo Bolsonaro de desmontar todas as instituições e políticas sociais que nos dizem respeito, e neste momento, especialmente, a Política Nacional de Atendimento à Saúde Indígena”, diz o manifesto assinado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Em manifesto encaminhado ao Ministério da Saúde Política, repudiam o desmonte da Política Nacional de Atendimento à Saúde Indígena

Foto: Cristina Àvila

Em manifesto encaminhado ao Ministério da Saúde Política, repudiam o desmonte da Política Nacional de Atendimento à Saúde Indígena

Foto: Cristina Àvila

O documento cita a edição da Medida Provisória 890, em agosto, que cria “o serviço social autônomo, denominado Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps), uma absurda justificativa para abrir a atenção primária como mercado para o setor privado”. Segundo o manifesto, a agência não conta com nenhuma instância de controle social, “sem representação do Conselho Nacional de Saúde e muito menos dos povos indígenas”. A previsão é que terá impacto direto no atendimento no interior do país, próximo às aldeias.

“Pagamos a preço de sangue nossos direitos constitucionais, ao território, à saúde e educação diferenciadas. E esse governo quer destruir tudo o que levamos anos construindo”, afirma a kaingang Ângela Inácio Braga, da Terra Indígena Faxinal, município de Água Santa (RS).

Comentários