CULTURA

Sexo e assassinato no Rio antigo

Por César Fraga / Publicado em 7 de setembro de 2011

Alberto MussaO senhor do lado esquerdo, mais recente trabalho do escritor Alberto Mussa, é uma aparente trama policial que se passa no Rio de Janeiro do início do século 20. O livro já inicia com a afirmação de que uma cidade se define a partir da história dos seus crimes. Implicitamente, também, pela intensidade de sua vida sexual.

Tudo começa numa sexta-feira 13, em junho de 1913, quando o secretário do então presidente da República Hermes da Fonseca é encontrado morto em uma das dependências da Casa das Trocas, um bordel de luxo. Ele foi encontrado com marcas de estrangulamento, amordaçado e com os olhos vendados. No chão, um chicote de cabo de prata perto da cama. No passado, o local que serviu de cena ao crime havia pertencido à Marquesa de Santos. Depois de 1906, passou a ser um prostíbulo bastante singular, além de local secreto para encontros íntimos de casais, que funcionava sob a fachada de uma clínica médica, administrada pelo médico polonês Miroslav Zmuda, que defendia o aborto e a esterilização das mulheres, além de ser um aficionado pelos hábitos sexuais femininos. “Não era apenas um lugar onde homens alugavam prostitutas: mulheres também podiam fretar serviços masculinos. Aliás, eram permitidos todos os arranjos, todas as combinações, todas as permutas”, resume Mussa.O prédio já foi sede do Ministério da Saúde, Reitoria da Uerj, Museu do Quarto Centenário, e atualmente abriga o Museu do Primeiro Reinado.

É neste ínterim que, no desenrolar da investigação, um perito da polícia científica, espécie de C.S.I. da época, e frequentador da Casa, depara-se com um suspeito e começa a travar com ele um duelo para saber quem, entre os dois, é o mais bem-sucedido nas artes da sedução.

LIVRO

INCLUSÃO

A Sociedade Secreta dos O.U.T.R.O.S

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A Sociedade Secreta dos O.U.T.R.O.S (Galera Record, 125 p.), do espanhol Pedro Mañas, traduzido por Janaína Senna, com ilustrações de Javier Vasquez. Depois de um exame oftalmológico, Franz, o menino mais normal da escola, é obrigado a usar um tapa-olho e descobre uma nova vida. Ao invés de enxergar pela metade, passa a ver coisas que antes não via como, por exemplo, que o colégio não é formado só por atletas e meninas populares e que existe uma sociedade secreta de pessoas como ele, diferentes. Inventiva história para tratar da inclusão, pelo mesmo autor do premiado Klaus Nowak, limpiador de alcantarillas, contemplado com o 26º Concurso de Narrativa Infantil Vila d’Ibi. Mañas é licenciado em Filosofia Inglesa e atua também com dramaturgia.

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