Professores do colégio Americano decidem paralisar
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Os professores do colégio Americano, de Porto Alegre, decidiram paralisar suas atividades a partir desta segunda-feira, 18 de maio, após medidas adotadas pela direção da instituição consideradas punitivas e intimidatórias pelos docentes. A decisão foi aprovada em Assembleia de Professores na última quinta-feira, 14.
Na última semana, dois professores foram demitidos e sete receberam advertência da instituição sem justificativa plausível. A atitude ganhou proporções maiores devido ao atraso salarial enfrentado pelos docentes do Americano, que ainda não receberam o salário de dezembro, 13° e terço constitucional de férias, devidos desde o início do ano. Há ainda a pendência de metade do salário de abril, sem previsão de pagamento.
Logo após a decisão da Assembleia, o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS) buscou contato com a direção da Rede Metodista a fim de reverter as decisões, ação que resultou infrutífera, de acordo com o Sindicato. “Os professores não tiveram outra alternativa que não fosse paralisar, pedindo a reversão desta situação. O Sindicato considera que a atitude da instituição, neste momento de calamidade pública, em que nos deparamos com o medo e a insegurança em relação a nossa própria sobrevivência, só evidencia a total falta de empatia o descaso com o ser humano”, diz Margot Andras, diretora do Sindicato.
Margot ainda ressalta que as demissões ocorreram na véspera da terceira assembleia, marcada em 40 dias, para tratar das pendências salariais da instituição. Ela explica que o parcelamento dos atrasos, que havia promessas da Rede Metodista para o início de pagamento em maio, foi transferido para agosto, o que gerou ainda mais descontentamento nos docentes.
HISTÓRICO – Esta não é a primeira paralisação dos professores. No ano passado, os docentes do Americano já haviam paralisado em junho e outubro, por atrasos salariais. No início de 2020, assembleias também decidiram a não realização de atividades específicas de volta às aulas, em fevereiro. A Rede Metodista tem atrasos salariais em diversas escolas no estado e no país.