Orçamento da Saúde tem corte de R$ 20 bilhões em 2021
Foto: Mídia Ninja
Análise da assessoria técnica da liderança da minoria da Câmara dos Deputados aponta que o orçamento para a Saúde aprovado pelo Congresso é cerca de R$ 20 bilhões menor do que o gasto em 2020. Segundo o líder da minoria, deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) o corte definido pela equipe econômica do governo Bolsonaro para o ano em que a pandemia acelera no país é escandaloso. “É a prova do boicote presidencial ao combate à covid-19”, ressalta o parlamentar.
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
A situação ainda poderia ser pior. O Projeto de Lei Nacional (PLN 28/2020) enviado por Bolsonaro ao Congresso apresentava valores ainda inferiores ao período pré-pandemia para o Ministério da Saúde, R$ 119,1 bilhões.
Créditos adicionais apresentados pelos parlamentares elevaram a verba para R$ 148,7 bilhões. Em 2020, mesmo com a dotação orçamentária menor, os gastos chegaram a R$ 168,4 bilhões por conta da pandemia.
Maior déficit para o setor público
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
A aprovação do orçamento do governo federal aconteceu no último dia 25 de março. Mesmo com uma meta de déficit fiscal de R$ 247,1 bilhões, o relator da matéria, senador Marcio Bittar (MDB-AC), estima um déficit total recorde de R$ 251,1 bilhões para o setor público consolidado (União, estados, DF e municípios).
Na proposta do governo chamou a atenção a não previsão do pagamento do novo auxílio emergencial, que deverá ser coberto via abertura de crédito extraordinário que precisa ser autorizado pelo Congresso.
Manobra para blindar Bolsonaro
O ano parlamentar de 2020 foi marcado pelas eleições dos presidentes da Câmara e do Senado. Jogando pesado para a eleição de seus aliados, Arthur Lira (PP-AL), na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado, Bolsonaro acabou subestimando as despesas obrigatórias para poder aumentar as emendas dos deputados e senadores.
Por causa disso, assessores da presidência da República estão sugerindo que Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão (PRTB-RS), saiam do país e deixem o orçamento de 2021 ser sancionado pelo presidente da Câmara, responsável pelo país na ausência da chapa eleita para governar.
A ideia é, ao não assinar o orçamento aprovado, que Bolsonaro e Mourão escapem de um eventual crime de responsabilidade fiscal caso as contas deste ano sejam reprovadas.