Foto: Assessoria de Comunicação Urcamp
Foto: Assessoria de Comunicação Urcamp
Extra Classe – Qual o significado que a senhora tira da vitória da sua chapa nas eleições?
Lia Quintana – A Universidade teve um longo período sem eleições até passar por um processo gradual de redemocratização. Depois de dois pleitos em que as chapas situacionistas lograram êxito, pela primeira vez a oposição vence. Mas é preciso relativizar um pouco esse termo “oposição”. A vitória se deve a uma aposta da comunidade acadêmica no não-continuismo. O desejo de mudança representa uma possibilidade de quebra de paradigmas, principalmente nas posturas autoritárias.
EC – Qual foi a realidade que vocês encontraram ao assumir a instituição?
Lia – Nós encontramos uma casa precisando ser organizada, com salários atrasados, o que já era visto, sabido e quantificado. Porém, outra situação encontrada foi a de inadimplência com fornecedores, com pagamentos que pararam de ocorrer em março de 2010.
EC – Qual a perspectiva da instituição diante desta realidade?
Lia – A perspectiva é fazer os ajustes necessários. Alguns não são possíveis por força legal, como a revisão de carga horária e de cargos e funções, que não podem ocorrer antes do dissídio. Mas isso deve ser feito posteriormente. Temos pelo menos seis meses pela frente para dimensionar os problemas e a capacidade que temos. O ingresso pelo vestibular foi bom, mas continua aquém do que necessitamos. Existe uma retomada da recuperação, já que em 2010 houve um crescimento de 5%. Em Santana do Livramento, onde o crescimento era negativo, neste vestibular foi positivo. Nós temos 6 mil alunos em uma estrutura para 10 mil. Ou revemos a estrutura, ou recolocamos esses 4 mil alunos, o que é muito complicado.
EC – Existe muita ociosidade de carga horária de professores?
Lia – Estamos dentro do limite de professores de 40 horas exigido pelo MEC. O que deve ser readequado é quanto tempo desses professores realmente está sendo utilizada. Existem alguns casos de ociosidade e outros de realocação por campus.
EC – Os aportes de receita via Programa de Ensino Superior Comunitário (Proesc) está sendo satisfatório?
Lia – Trata-se de uma negociação feita entre governo federal, municipal e Urcamp em que os municípios compram vagas na Universidade e recebem repasses da União na forma de equipamentos. A municipalidade dá acesso à educação aos cidadãos e isso está permitindo à instituição reduzir seu passivo junto ao FGTS. Portanto, ganham os professores e funcionários, a comunidade.
EC – Pode haver enxugamento?
Lia – Seria leviano falar disso agora. Somente poderei responder a isso depois do nosso levantamento concluído.