Em documento encaminhado à Reitoria da Ulbra, os participantes da Plenária de Professores da Universidade, coordenada pelo Sinpro/RS e Adulbra, no dia 20 de novembro, consideram que a crise da instituição ainda não foi superada e manifestam preocupação com novas demissões ao final do ano letivo.
Os professores registraram a falta de comunicação interna quanto aos rumos e perspectivas da instituição, o que foi atribuído à falta de políticas definidas, disputas internas e à permanência de uma cultura marcada pela falta de transparência. Apontam ainda a adoção de políticas estranhas ao meio acadêmico, como a premiação de professores pela captação de alunos.
A falta de critérios para o desligamento de professores e as demissões no início dos semestres letivos são práticas criticadas pelos professores. Eles lembraram que no início do ano letivo a Ulbra demitiu mais de 200 professores. As verbas rescisórias foram parceladas conforme Acordo Coletivo com o Sinpro/RS. Os docentes exigiram critérios objetivos para eventuais novos desligamentos a serem efetuados ainda no mês de dezembro.
De acordo com o diretor do Sinpro/ RS, Marcos Fuhr, as Plenárias de Professores vêm sendo realizadas como forma de manter a mobilização dos professores no contexto de crise da Ulbra. “A crise não está superada e a sua permanência potencializa os problemas de ordem trabalhista”, alerta.
Moção de Repúdio – Os professores também aprovaram Moção de Repúdio à Reitoria pela demissão do professor José Edil de Lima Alves. Reconhecido como um dos docentes mais qualificados da instituição, doutor em Letras pela UFRJ e com 49 anos de magistério, José Edil teve participação marcante na mobilização de professores que, em abril de 2009, culminou com a renúncia do ex-reitor Ruben Becker e encaminhou mudanças na Ulbra.
José Edil estranha a falta de transparência da instituição ao lembrar que sua demissão não foi justificada pela Reitoria e nem comunicada formalmente à comunidade acadêmica. “Continuo recebendo comunicados da Reitoria e solicitações de colegas e alunos como se ainda estivesse na Universidade”, diz o professor. “Os participantes da Plenária de Professores consideraram inaceitável que um colega tão valoroso pudesse ser demitido da instituição por iniciativa de chefias imediatas”, conclui a Moção.