Sindicalistas propõem criação de coletivo LGBTQIA+
Foto: Carolina Lima/CUT-RS
A Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS) realizará no dia 26 de maio, às 19 horas, o 1º Encontro Estadual LGBTQIA+. O evento é on-line e utilizará a plataforma Zoom.
O objetivo é debater a realidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no mundo do trabalho e no movimento sindical, combater os preconceitos e as discriminações, buscar a garantia de direitos e organizar o Coletivo Estadual LGBTQIA+ da CUT.
“A pauta do encontro priorizará a construção de ações conjuntas para a garantia dos direitos dessa população”, explica Erlon Veronez Schüler, da direção do Sinpro/RS.
Segundo ele, o coletivo se empenhará na criação de possibilidades inclusivas, além de “ouvir a comunidade, em prestar apoio, em debater políticas avançadas sobre direitos e por lutar pelo respeito dentro do ambiente de trabalho e de toda sociedade”.
Para participar do encontro, é preciso fazer inscrição prévia, pelo e-mail da secretaria geral da CUT-RS: cut.rs@cutrs.org.br
Pauta LGBTQIA+ é uma pauta da classe trabalhadora
“Temos muito a avançar nesse tema enquanto cutistas. Que bom que temos dirigentes sindicais, que não são da direção, mas estão dispostos a construir esse encontro e organizar um coletivo com disposição de debater essa realidade”, destaca o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, sobre a iniciativa.
Para ele, essa é uma luta pelo respeito de existir com dignidade. “Ainda estamos longe de ter uma política na área da diversidade, considerando os locais de trabalho. É preciso discutir a questão e buscar respeito e inclusão junto com toda a classe trabalhadora”.
Intolerância e o radicalismo
O Brasil registrou uma morte violenta de LGBTQIA+ a cada 27 horas em 2021, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA).
“Infelizmente, pelo 13º ano consecutivo, somos o país que mais assassina homens e mulheres transexuais, na sua maioria entre 18 e 29 anos. Isso é só uma parte de muitas violências diárias sofridas pela população LGBTQIA+”, enfatiza a diretora de Administração, Finanças e Patrimônio do Sintrajufe-RS, Luciana Krumenauer Silva.
As principais vítimas da violência foram homens gays (145) e travestis e mulheres trans (141), que somaram 286 óbitos. Também aparecem mulheres lésbicas (12), homens trans e pessoas transmasculinas (8) e bissexuais (3).
Para Luciana, essa é a dura realidade enfrentada pela comunidade LGBTQIA+ apenas por ser quem são.
“Vidas perdidas para o preconceito, intolerância e radicalismo. São milhões de trabalhadoras e trabalhadores que vivem com medo e sem voz”, salienta.
Organizar um coletivo estadual LGBTQIA+
O diretor de Diversidade e Combate ao Racismo do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Sandro Rodrigues, fala da importância da participação dos dirigentes sindicais.
“Queremos dar visibilidade e buscamos respeito e ampliação dos direitos da população LGBTQIA+ no Rio Grande do Sul, criando um coletivo estadual de diversidade a partir de sindicalistas identificados com essa pauta”, explica.
Sandro ressalta que “os sindicatos e as federações devem indicar pelo menos uma pessoa da direção ou ligada à entidade, para que possa participar do encontro e se somar a essa iniciativa de ação afirmativa tão importante para trabalhadores e trabalhadoras”.