As dificuldades de aquisição e domínio da grafia/fonema e na compreensão dos significados do texto escrito são comuns a um grande número de crianças. Durante a alfabetização, podem ocorrer dificuldades na descoberta e na generalização de letras e sons. A descoberta dessas relações requer do aluno uma consciência fonológica.
As práticas escolares que não respeitam os erros naturais acabam diminuindo o interesse pela comunicação da leitura e pela escrita. Quando esses obstáculos não são devidamente valorizados, geram experiência de fracasso e desmotivação, que podem comprometer o desenvolvimento cognitivo e afetivo.
A excessiva preocupação da escola e dos pais com as normas e convenções no início da escrita impede, muitas vezes, a criança de descobrir suas intenções de comunicação. É necessário considerar os aspectos gráficos na escrita, mas não se deve priorizá-los na alfabetização. Acreditava-se que o aluno só poderia ter sucesso na primeira série se apresentasse boas condições de motricidade fina. Atualmente, essa habilidade é vista como secundária, considerando-se como mais importante a coerência de ideia textual e, mais tarde, as convenções ortográficas.
Quando a criança apresenta alguma dificuldade, os pais percebem que alguma coisa não se desenvolve de maneira natural com seu filho, porém, é difícil para eles admitir essa situação. Professores atentos notam deficiências na aprendizagem da criança que foge aos padrões comuns em relação à turma e, apesar dos esforços terem sido promovidos para o melhoramento do aprendizado, não há um retorno satisfatório. O mais adequado é o professor trabalhar com situações e exemplos claros, demonstrando que a criança encontra-se com rendimento abaixo do esperado, obviamente, sem sugerir diagnóstico precoce. Cabe ao educador receber apoio de outros profissionais também voltados à educação (orientadores psicólogos, psicopedagogos…), para que, em sala de aula, possa melhorar seu trabalho com esse aluno.
É importante salientar que muitas crianças já percebem suas dificuldades e limitações tornando-se conscientes do seu desempenho, podendo resultar em uma baixa autoestima se não trabalhadas no devido tempo.
É mais comum o termo “dificuldades de aprendizagem” do que “dificuldades de leitura e escrita”. Sabe-se que a dificuldade de aprendizagem caracteriza-se por um quadro genérico, no qual a criança encontra-se aquém do esperado para sua faixa etária. Diversos fatores podem desencadear essa situação: cognitivo, afetivo, neurológico, psicológico ou até mesmo social. Deve-se analisar com muita prudência os motivos dessas dificuldades. Somente dessa maneira a solução poderá ser encontrada.
Arte: Rodrigo Vizzotto / D3 Comunicação
Arte: Rodrigo Vizzotto / D3 Comunicação