Mostra reúne filmes produzidos na tríplice fronteira
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Uma amostra do cinema independente produzido na convergência das regiões sul do Brasil, nordeste argentino e a banda oriental do Paraguai estará em cartaz na Sala Norberto Lubisco, na Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736), em Porto Alegre, de quinta-feira, 15, a sábado, 18, sempre às 19h, com entrada franca.
A Mostra Entre Fronteiras é um desdobramento do II Mercado Audiovisual Entre Fronteiras, evento de mercado e integração realizado pelo Instituto Estadual de Cinema em convênio com a GramadoTur durante o 50° Festival de Cinema de Gramado.
A mostra de filmes conta com o apoio dos institutos de cinema das três regiões: Instituto Estadual de Cinema do RS (Iecine), Instituto de Artes Audiovisuales de Misiones (Iaavim-Argentina) e Instituto Nacional del Audiovisual Paraguayo (Inap).
Os títulos selecionados pelo curador Giovani Borba dão conta da importância da integração entre as fronteiras e tratam de temas comuns a essas regiões, incluindo questões políticas, relações familiares e o cotidiano dos povos indígenas originários dos países retratados.
Além do documentário inédito Cuchillo de Palo, coprodução realizada entre Paraguai e Espanha que investiga crimes da ditadura paraguaia sob Stroessner, a mostra terá quatro curtas-metragens patrocinados pelo edital Entre Fronteiras, produzido em conjunto pela Secretaria da Cultura do RS e o Instituto de Artes Audiovisuales de Misiones.
A programação integra o Festival Cinemateca Paulo Amorim, com patrocínio de Icatu Seguros, Rio Grande Seguros, Gerdau e Vero, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O Festival inclui outras mostras e programações especiais e prevê o início da modernização das salas Paulo Amorim e Norberto Lubisco. fronteira, fronteira, fronteira, fronteira
Programação:
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15/12 – Curtas
Na sessão Curtas entre fronteiras, que abre a mostra no dia 15, quatro produções de cineastas brasileiros e argentinos.
O curta de ficção Maragato, de Elia Guerin, conta a história do último prisioneiro de um exército decadente que tem no rio sua única salvação. Para ele, a fronteira se abre como um passo entre a vida e a morte.
O também ficcional El otro lado dirigido por Daniel Pérez, retrata Ingrid, uma adolescente de 13 anos que precisa cuidar da casa após a morte da mãe e conviver com o irmão, o pai e um tio.
No documentário Um tempo para mim, de Paola Mallmann, um eclipse lunar coincide com a primeira menstruação da indiazinha mbya-guarani Florência, que vive com a avó e, até então, só conhece a rotina e as tradições da sua aldeia.
O retorno de Marcial à sua aldeia e suas reflexões sobre a vida e o cotidiano são o tema do também documental Tekoa, dirigido por Aymará Schwieters.
16/ 12 – GUATA (Documentário, 2022 / BRA-ARG – 56min). Direção de Jorge Morinico, Epifanio Chamorro, João Maurício Farias. O brasileiro Jorge e o argentino Epifanio são professores e, com este documentário, buscam se encontrar para investigar juntos a importância que o guata (caminhar) ancestral tem para os Guarani enquanto prática existencial, cosmopolítica e filosofia de vida. Após se conhecerem por videoconferência durante a pandemia de covid-19, enfrentam as barreiras do mundo dos jurua (brancos) para fazer uma viagem de Porto Alegre a Misiones.
17/ 12 – ESSE FIN DE SEMANA (Drama / 2021 / ARG/BRA – 67min). Direção de Mara Pescio, com Lola Banfi, María Paz Ferreyra, Irina Misisco, Sergio Prina, Gabriela Saidon. Depois de sofrer um golpe financeiro, Julia retorna para sua cidade natal e se vê obrigada a assinar uma autorização para que a filha possa sair do país com o pai. Enquanto tenta recuperar algum patrimônio para seguir em frente, ela acaba sendo confrontada com tudo aquilo que julgava ter deixado para trás.
18/12 – CUCHILLO DE PALO (Documentário / 2010 / PAR-ESP – 108min). Direção de Renate Costa. Acompanha a investigação da misteriosa morte de Rodolfo Costa, tio da diretora, perseguido pela ditadura Alfredo Stroessner no Paraguai por conta de sua orientação sexual. Conhecido pela sua alegria, ele foi o único de seus irmãos que decidiu não seguir a profissão de seu pai e quis se tornar bailarino. Usando a própria memória e entrevistando pessoas que viveram essa época, a cineasta descobre que seu tio fazia parte da “lista dos 108” homossexuais que foram perseguidos, presos e torturados pelo regime.