MOVIMENTO

Começa a ofensiva dos sindicatos contra os juros altos do Banco Central

O primeiro dia da jornada foi marcado por uma caminhada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista; em Porto Alegre haverá protestos em frente à sede do BC no dia 20, data da reunião do Copom
Da Redação / Publicado em 16 de junho de 2023

Começa a ofensiva dos sindicatos contra os juros altos do Banco Central

Foto: CUT/Divulgação

Foto: CUT/Divulgação

A CUT, centrais sindicais e movimentos populares iniciaram, nesta sexta-feira, 16, a Jornada de mobilização contra a política de juros do Banco Central. As centrais garantem que a campanha será permanente até que o Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto, presidente da instituição,  baixe a taxa de juros básica (Selic), atualmente em 13,75%. É a maior taxa do mundo.

O primeiro dia da jornada foi marcado por uma caminhada em São Bernardo do Campo (foto), no ABC Paulista, que além das centrais, que contou com a participação de diversas entidades sindicais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

No ato, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, falou sobre o efeito de tal política aso trabalhadores de baixa renda.

“Os juros altos são a forma mais cruel, mais perversa de transferir renda daqueles que são pobres para aqueles que são ricos”, destacou o dirigente, também criticando a forma de ação do Banco Central na economia.

“É uma vergonha o país perseguir meta de inflação. O país tem que perseguir meta de geração de emprego, de crescimento do trabalho, que é isso que o país precisa. Temos que baixar a taxa de juros” disse o dirigente.

Sérgio Nobre ainda avisou que a pressão continuará nas ruas até o Banco Central baixar os juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, terá início no dia 20, quando centrais e movimentos populares farão protestos em frente às sedes do BC em várias cidades do Brasil.

“Não vamos sair das ruas enquanto o Campos Neto não baixar a Selic. Se ele não fizer isso, vamos ao Senado pedir a cassação dele. Porque o papel do presidente o BC é promover emprego, desenvolvimento do país e ele está fazendo o contrário”, continuou.

“Essa manifestação é uma luta por emprego, por direitos, uma luta por qualidade de vida. Porque os juros que o Banco Central está praticando são extorsivos, que impedem a geração de emprego, que o trabalhador tenha recursos para comprar sua casa própria, seu carro”, destacou a presidenta a Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

A uma população atenta ao recado que estava sendo dado pelas centrais durante a caminhada, Junvândia mostrou alguns dos impactos negativos da alta taxa de juros para o país.

Em Porto Alegre o protesto será em frente à sede do BC

A CUT-RS, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos comprometidos com a luta contra os juros altos, promovem na próxima terça-feira (20), às 11h, um ato pela queda da taxa básica de juros (Selic), em frente à sede do BC, na Rua 7 de Setembro, 586, no Centro Histórico de Porto Alegre.

O protesto também exigirá a saída imediata do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com mandato até 31 de dezembro de 2024.

O ato ocorrerá no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária do BC, que anunciará no dia seguinte a taxa de juros para o próximo período. A tendência, conforme relatório Focus (do próprio BC) é que permaneça em 13,75%.

No local do ato será instalada uma cozinha solidária, que servirá refeições para moradores de rua e comunidades da periferia da capital gaúcha.

Baixar os juros em defesa do Brasil

“Vamos mostrar o lado cruel e perverso da política de juros altos do BC na vida das pessoas. Enquanto aumenta o preço dos alimentos e a exclusão social, crescem os ganhos dos banqueiros e especuladores, aprofundando ainda mais a desigualdade”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Para o dirigente sindical, é hora de reconstruir o país ouvindo a voz dos trabalhadores e das trabalhadoras. “É fundamental baixar os juros em defesa do Brasil, a fim de aquecer a economia, gerar empregos de qualidade e aumentar a renda da classe trabalhadora”, ressalta.

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