Riscos da obesidade infantil
Obesidade infantil é conceituada como excesso de gordura corpórea em relação ao peso da criança ou adolescente, resultado de um desequilíbrio permanente e prolongado entre a ingestão calórica e o gasto energético, para identificar se a criança está com sobrepeso, o IMC deve estar entre os percentis 85 e 95 e a obesidade ocorre quando a criança tem IMC acima do percentil 95.
A obesidade é atualmente um dos mais graves problemas de saúde pública. Sua prevalência vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento, o que levou a doença à condição de epidemia global. A prevalência de obesidade na infância e na adolescência tem aumentado rapidamente no mundo. A incidência de obesidade triplicou entre adolescentes, de 5% para 17%; na faixa de seis a 11 anos, quadruplicou de 4% para 19% e dobrou entre dois a cinco anos de 5% para 14%.
Nos Estados Unidos, em torno de 30% das crianças estão com obesidade e entre bebês de seis a 23 meses a obesidade é de cerca de 12%. No Brasil, uma em cada três crianças tem sobrepeso e as pesquisas nacionais mostram que desde 1974 até 2009 a prevalência de sobrepeso e obesidade infantil vem crescendo de forma galopante em todas as regiões. As causas não são somente ambientais ou genéticas, mas é verdade que os fatores ambientais comprometem mais que os genéticos.
As brincadeiras estão limitadas, com gasto energético reduzido. A Academia Americana de Pediatria recomenda que as crianças não assistam mais que 2 horas por dia de tevê. As porções comerciais de alimentos dobraram de tamanho e o marketing para atingir as crianças é muito forte. A obesidade aos três anos de idade não parece determinar obesidade no adulto, mas se a criança é obesa aos seis anos terá 50% de chances se tornar adulto obeso e, na adolescência, essa chance sobe para 70% a 80%. O excesso de adiposidade pode estar associado à função pulmonar.
A Hipertensão (HAS) pode ter início na infância. Alguns estudos mostram uma relação entre obesidade e HAS e também a associação entre níveis baixos de atividade em adolescentes com a HAS, bem como o perfil lipídico de risco aumentado para o desenvolvimento de dislipidemia e aterosclerose. O tratamento para a obesidade é reduzir ingestão calórica, mudar de estilo de vida, envolver a família, submeter-se à intervenção nutricional de forma gradativa para reduzir alimentos calóricos, proporcionando a redução de peso. O uso de medicamentos ainda é controverso para pacientes pediátricos. Enfim, o tratamento é contínuo e por toda a vida.
* Professora do curso de Nutrição da Universidade Feevale.