Um milhão de espécies estão ameaçadas
Foto: Ricardo Stuckert/ Índios Brasileiros
Plantas, animais e insetos. Das 8 milhões de espécies que atualmente existem no planeta, um milhão está sob ameaça de extinção. Isso é o que diz o resumo do relatório da Plataforma Intergovernamental Sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistêmicos (Ipbes), apresentado no último dia 6 em Paris com o título Avaliação Global sobre Biodiversidade e Ecossistemas. O documento, que até o momento é o maior estudo já feito sobre a biodiversidade, alerta para o impacto da ação humana e registra que a destruição da natureza é mais lenta nas terras onde vivem povos indígenas.
Foto: CRBio/ Divulgação
Apesar disso, o documento aponta a ameaça a essas comunidades através das crescentes urbanização, expansão da agricultura e mineração. Apesar de o trabalho do Ipbes ter optado por não especificar quais são as regiões mais afetadas, o recente encontro de ex-ministros do Meio Ambiente do Brasil para lançar um alerta contra o que chamam de desmonte da política ambiental no país dá uma pista sólida, pois o maior país da América Latina tem em seu território a maior parte da Amazônia, cerca de 800 mil indígenas (225 grupos) presentes em 14% do país e o ecossistema mais rico do mundo.
Não é à toa que na denúncia dos ex-ministros, feita no último dia 8, foi assinalada a preocupação com a demarcação das terras indígenas. O presidente Bolsonaro é um árduo defensor da assimilação dos povos indígenas e da exploração comercial de seus territórios.
O Ipbes, sigla em inglês da International Platform on Biodiversity and Ecosystem Services, conta com 128 países-membros, integra cerca de mil cientistas do mundo todo e está sob quatro entidades das Nações Unidas: Pnuma, FAO, Pnud e Unesco. O documento apresentado em Paris foi estruturado nos últimos três anos por 145 especialistas de 50 países, com a colaboração de outros 310 cientistas e contém mais de 1,5 mil páginas, sendo o primeiro a analisar a situação da biodiversidade desde 2005, avaliando ainda as mudanças nas últimas cinco décadas. A íntegra do trabalho deverá estar à disposição nos próximos meses.