AMBIENTE

Número de mortes por desastres naturais no Brasil mais do que dobrou desde 2012

Dados ainda não levam em conta o saldo que ainda está em contabilização no Rio Grande do Sul e demonstram que alterações climáticas afetam cada vez mais a população
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 13 de maio de 2024

Número de mortes por desastres naturais no Brasil mais do que dobrou desde 2012

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Mais do que dobrou a quantidade de cidades brasileiras com registros de mortes ocasionadas por desastres naturais nos últimos doze anos. Se em 2012 o país apresentava 821 municípios apontado como prioritários no monitoramento diário do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), o número do órgão que integra a Casa Civil do governo Lula saltou para 1.942, segundo levantamento concluído neste ano.

O estudo que ainda não computa as regiões afetadas pela tragédia no Rio Grande do Sul demonstra claramente que a as alterações climáticas já impactam cada vez mais um número maior da população.

Com 447 de suas 497 cidades afetadas pelas enchentes, o Rio Grande do Sul contabiliza segundo o último boletim de sua Defesa Civil apresentado às 12 horas desta segunda-feira, 13, 147 mortos. A totalidade dos óbitos foi constatada em 47 cidades.

Até a calamidade gaúcha, o mapeamento apontava a existência de 8,9 milhões de pessoas que vivem em áreas de riscos.

O Cemaden foi instituído no primeiro mandato de Dilma Rouseff, em 2011. O objetivo, desenvolver metodologia, sistemas e ferramentas para emitir os alertas de risco de desastres naturais e mitigar seu impacto na sociedade.

Órgão monitora mais de mil cidades

Entre os riscos geo-hidrológicos monitorados pelo órgão estão deslizamentos de terra, enxurradas, enchentes e inundações como as que afligem os gaúchos e já somam, além das mortes, 538.241 desalojados.

De acordo com Regina Alvalá, diretora substituta do Cemaden, as localidades com histórico de desastres naturais relacionados a chuvas com registro de mortes são considerados prioritárias para o mapeamento.

“A inclusão e o mapeamento de municípios prioritários foi um processo gradativo”, informa Regina.

Nos últimos anos, segundo ela, o Cemaden realizou o monitoramento de desastres e cidades sem histórico de ocorrências, mas que passaram a registrar tragédias.

“Esse trabalho foi feito em 2023, à luz de todos os conhecimentos acumulados dos últimos 12 anos”, relata Regina. Com o resultado, uma listagem de 1.942 municípios surgiu no cruzamento de informações, completa a diretora substituta.

Em um ano de mandato do governo Lula, destas cidades, 1.133 já dispõem de acompanhamento do Cemaden.

As 809 restantes, além dos possíveis munícipios gaúchos que passarão a fazer parte do mapeamento de riscos do Cemaden, estão no aguardo para receber estrutura para o monitoramento que utiliza equipamentos como pluviômetros, sensores geotérmicos e satélites.

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