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Professor do IPH alerta população para deixar áreas de Porto Alegre

“Quem mora nessas áreas possivelmente afetadas, mostradas no mapa, precisa se preparar. Precisa sair. A água não entrará devagar! Será muito rápido!” alerta o professor Fernando Dornelles, da Ufrgs
Por Sílvia Marcuzzo / Publicado em 3 de maio de 2024

Professor do IPH alerta população para deixar áreas de Porto Alegre

Foto: Leonardo Savaris

Foto: Leonardo Savaris

“Quem mora nessas áreas possivelmente afetadas, mostradas no mapa, precisa se preparar. Precisa sair, evacuar. A água não entrará devagar! Será muito rápido!” alerta o professor Fernando Dornelles, de Hidromecânica e Hidrologia do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs.

Professor do IPH alerta população para deixar áreas de Porto Alegre

IPH-Ufrgs/Reprodução

IPH-Ufrgs/Reprodução

Ele é especialista em drenagem urbana e um dos autores do prognóstico disponibilizado em mensagem que está viralizando em grupos de whasttApp. Ele complementa que quem ficar em prédios, deve se precaver. “Se certifiquem quem tenham mantimentos, não sei quanto tempo vai poder circular pela região, caso inunde”.

O trabalho disponibilizado pelo IPH foi o Trabalho de Conclusão de José Augusto Muller, orientado pelo professor em 2018. Evidencia o quanto a região metropolitana de Porto Alegre é suscetível a inundações devido a estar na margem do Delta do Jacuí. “Já alertava da importância de se precaver contra um cenário como estamos na iminência de ocorrer!, ” resume o pesquisador.

Professor do IPH alerta população para deixar áreas de Porto Alegre

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

E para agravar a situação, a comporta 14, próximo ao DC Navegantes, rompeu próximo ao meio dia dessa sexta. Antes de saber dessa situação, o professor já havia informado à reportagem do Extra Classe que o sistema de contenção da Capital, com comportas pode não conseguir segurar toda água. Ele recorda que na cheia de 2015, quando a cota do Guaíba tinha atingido os três metros, o problema já tinha aparecido.

Outro ponto levantado pelo professor, é que há casas de bomba com falhas estão sofrendo refluxo da água do Guaíba, sobrecarregando as que ainda estão em funcionamento. Se faltar energia, as bombas também não têm como operar.

Há vários pontos da cidade em que a água está extravasando pela rede de esgoto pluvial. Para piorar o quadro, o linígrafo, o aparelho que faz a medição das águas, próximo ao cais Mauá, não está fornecendo informações confiáveis. Provavelmente foi deslocado por força da água. Então nem se consegue acompanhar o nível de medição com certeza.

Dornelles salienta que até o momento, início da tarde dessa sexta, não chegou o maior volume d’água no Guaíba. “O Jacuí, o maior tributário, demora. O que temos agora são águas de rios menores,” observa Dornelles.

O especialista acrescenta que o sistema de diques – construído com base na enchente de 1941 – tem seis metros. “No entanto, se entrar o vento Sul, as ondas do Guaíba podem chegar até meio metro, um metro, e a água poderá passar por cima do sistema causando uma inundação brusca pegando a população desprevenida, por isso a importância de preparação” aponta.

Os bairros possivelmente afetados são:

  • Sarandi
  • Humaitá
  • Navegantes
  • São Geraldo
  • Floresta
  • Centro Histórico
  • Praia de Belas
  • Menino Deus
  • Azenha
  • Cristal
  • Ipanema
  • Ponta Grossa
  • Belém Novo
  • Lami

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