Livro sobre mudanças climáticas tem lançamento na Fundação Ecarta
Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil
“O tempo disponível para transformações socioeconômicas que evitem o agravamento da crise climática está se esgotando rapidamente”, alerta o doutor em ciência política, professor e pesquisador da Universidade de Santa Cruz (Unisc), João Pedro Schmidt.
Ele é autor do livro Mudanças climáticas: por que o mais grave problema da Humanidade não se tornou o problema político nº 1? (Edunisc, 300 p., 2024) que será lançado nesta quarta-feira, 14, às 19h, na Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943), em Porto Alegre.
A apresentação do livro é do professor Carlos Nobre, um dos mais renomados cientistas do clima do país.
Resultado de cinco anos de estudos, a obra trata das alterações do clima sob o ângulo das ciências sociais e o papel das políticas públicas na correção de rumos para o reequilíbrio climático.
Foto: Arquivo Pessoal
Para o autor, as mudanças climáticas são um fenômeno sociopolítico que se manifesta climatologicamente e alerta para a necessidade de um senso de urgência de governos, empresas e sociedade civil para ação imediata, dada a gravidade sentida em várias partes do mundo.
Modelo capitalista aquece o planeta
“As atuais alterações do clima nada tem a ver com os ciclos naturais de aquecimento e resfriamento do planeta em eras passadas: são fruto de um certo modo de produzir, consumir e viver dos humanos, que se refletem em políticas públicas e em modos de governar”, pontua o pesquisador.
A partir de gráficos, figuras, análises, o autor demonstra que a super produção e super consumo são os causadores do incremento das emissões dos gases de efeito estufa. Mesmo com a gravidade constatada em várias partes do mundo, nem governos nem grandes corporações econômicas romperam com a lógica capitalista geradora deste quadro.
Capa: Reprodução
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Vida mais simples e sustentável
Capa: Reprodução
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O pesquisador também discute as possibilidades de solução mediante uma cooperação pública com objetivo comum entre os povos para o reequilíbrio a partir de um modo de vida simples e sustentável.
Entre medidas elencadas no livro estão as já aplicáveis como energias limpas, reflorestamento em massa, transporte público, bicicletas, edificações sustentáveis, agricultura e pecuária regenerativas, menor consumo de carnes; meias-soluções (créditos de carbono, carros elétricos), soluções controversas (captura de carbono, biotecnologia) e não-soluções (fertilização oceânica, geoengenharia solar, refúgio em bunkers subterrâneos).
“Senso de urgência para agir e políticas públicas de largo alcance são indispensáveis”, insiste o professor que disponibilizou a obra em formato digital gratuitamente.