Ufrgs propõe criação de Centro de Riscos Climáticos e Ambientais
Foto: César Fraga/Extra CLasse
Na manhã desta quinta-feira, 28, a reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Marcia Barbosa e o vice-reitor Pedro Costa se reuniram com veículos de imprensa no Salão Nobre da Reitoria para anunciar ações da Universidade tendo como foco estratégias para o enfrentamento da emergência climática e ambiental. O dia escolhido é a data em que a Ufrgs celebra seus 90 anos.
A reitora e o vice-reitor apresentaram os resultados das discussões do seminário realizado no Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados (Ilea/Ufrgs), nos dias 18 e 19 de novembro, que abordou as ações e os projetos que a Universidade já faz e que pode vir a fazer nesta área, fundamentados no conhecimento científico.
A ideia é ter um instituto de referência em clima para orientar e auxiliar tomadores de decisão (diferentes esferas do poder público: federal, estadual e municipais) no atual contexto da atual crise climática e ambiental.
Com o objetivo de contribuir para elaboração de cenários, um grupo de professores, servidores técnico-administrativos e alunos trabalhou de forma multidisciplinar e transversal para elaborar o plano apresentado.
Um dos pontos de destaque do relatório é a proposta de criação do Centro de Riscos Climáticos e Ambientais, em parceria com outras instituições de ensino superior gaúchas (públicas e privadas) e órgãos da administração pública.
Ao Centro caberia o monitoramento e a análise de dados oceanográficos, meteorológicos, hidrológicos, biológicos, de marcadores microbiológicos de risco ambiental e de saúde pública, e de poluição. A reitora explicou a importância desse órgão também para a coordenação de um sistema de suporte e subsídio técnico precoce para eventos climáticos extremos.
Foto: Gustavo Diehl - SECOM/UFRGS
Segundo Marcia Barbosa, os recursos financeiros (em torno de R$45 milhões) para viabilizar o centro serão buscados principalmente por meio de emendas parlamentares.
“O mais complexo é buscar recursos, principalmente porque passada a chuva, parece que a emergência virou um assunto do passado, mas é um problema para o futuro, pois a tendência é que sigam acontecendo e de forma cada vez mais constante. O resultado da Cop 29 mostra que o hemisfério norte tem dificuldade de fazer a transição energética, porque é muito dependente da arrecadação advinda do petróleo, então cabe ao hemisfério sul desenvolver pesquisa, tecnologia e conhecimento científico para que essa transição parta daqui. E essas iniciativas estão inseridas nessa necessidade de soluções locais e para o planeta”, projeta a reitora.
A Ufrgs propõe também a criação de uma Secretaria Especial de Emergências Climáticas e Ambientais na Universidade para monitorar ações internas e articular a interação com a sociedade para atuação nos temas de gestão de riscos frente aos eventos climáticos extremos, com foco na segurança da comunidade acadêmica e na sustentabilidade ambiental.
Um segundo eixo de atuação é a Ufrgs como modelo de sustentabilidade, promovendo capacitações e práticas que promovam a conscientização sobre este tema. A Universidade planeja ainda a criação do Painel Intergovernamental de Emergência Climáticas e Ambientais do Sul, consolidando-se como instituição-modelo no enfrentamento dessas crises.
O Relatório na íntegra pode ser acessado neste link.
Foto: Gustavo Diehl - SECOM/UFRGS
Na conversa com os jornalistas, Marcia destacou a urgência e a importância do tema climático e ambiental e reafirmou o compromisso da Ufrgs em contribuir em nível local e global no enfrentamento dessa nova realidade, sendo uma voz cooperativa para encontrar soluções e criar a resilência. O vice-reitor afirmou que a universidade pública só se justifica se tiver uma relação de colaboração com a sociedade.