Fogo nas Entranhas – de Pedro Almodóvar. Novela escrita em 1981 pelo cineasta espanhol, é repleta das situações já conhecidas nas telas: quatro mulheres discutindo sua vida afetiva e sexual com uma linguagem das mais chulas. Se funciona nas telas, nem sempre é bom em texto. Mas vale para conhecer um pouco mais o universo de um dos maiores diretores da atualidade. Tradução de Eric Nepomuceno e prefácio, muito ruim, de Regina Casé. Dantes Livraria e Editora, 124 páginas., R$ 18.
Os Sete Loucos & Os Lança-chamas – de Roberto Arlt. Obras máximas do genial argentino que completaria cem anos em abril passado reunidas num só volume. Arlt dá voz aos excluídos de uma Buenos Aires nada romântica, em que loucura, miséria extrema e infelicidade são a marca. Ainda assim, ele consegue extrair uma inacreditável candura de seus personagens. Tradução e apresentação de Maria Paula Gurgel Ribeiro. Iluminuras, 391 páginas, R$ 39.
Ao Vencedor as Batatas – de Roberto Schwarz. Estudo crítico clássico sobre Machado de Assis, obrigatório para entender a gênese do romance brasileiro. Reedição oportuna de obra escrita originalmente em1977, acrescida de índice onomástico. Duas Cidades e Editora 34, 236 páginas, R$ 21.
A Mulher que Escreveu a Bíblia – de Moacyr Scliar. Vencedor do Jabuti 2000, o maior prêmio literário do Brasil, Scliar mistura ficção e relato histórico para apresentar a tese de que a primeira Bíblia teria sido realmente escrita por uma mulher. O destaque da obra é recriação minuciosa da Jerusalém de 3 mil anos atrás, uma espécie de Nova York dos dias atuais. Companhia das Letras, 216 páginas, R$ 21.
Estopim – de Ná Ozzetti. Alguém falou aí que Marisa Monte é a melhor cantora brasileira? Besteira. A voz de Ná Ozzetti, a melhor representante da geração paulista dos anos 80, continua límpida e bela como muito poucas. E o gosto musical dela não segue as afetações de Caetano, dando voz às composições de Luiz Tatit (entre elas a admirável Capitu), Itamar Assumpção e Dante Ozzetti. Para ouvidos despoluídos. NK Records, R$ 19,90