Esse foi um dos motivos da criação de um curso sistemático de preparação de monitores criado por Ecléa Cattani para a atual edição. “É uma atividade conjunta que faz parte do primeiro acordo que a UFRGS estabeleceu com a Fundação Bienal,” diz ela. “Da parte da UFRGS há o interesse pela formação, uma formação que não se limita à universidade mas como forma de colaboração para a formação de um público mais amplo, seja em que área for.” Ecléa afirma a necessidade de cuidar para que a universidade não perca de vista este vínculo com a comunidade. “A criação do curso de preparação de monitores visou qualificar ainda mais a relação da Bienal com o público. É preciso que a Bienal seja não só visitada por muita gente mas que se torne um elemento efetivo de ligação entre um público mais amplo com a arte contemporânea.”
Foto: René Cabrales
Uma arte difícil de ser absorvida, segundo a própria Ecléa. “A questão essencial é que a arte contemporânea é difícil até para os especialistas, quanto mais para o público. O que é mais necessário é aprender a olhar, a colocar questionamentos e não tentar responder questões. O público geralmente quer respostas e fica inseguro quando não consegue entender a que prateleiras pertencem essa ou aquela obra. Mas o importante é demolir essas prateleiras. Se o público sair da visita cheio de questões, sai ganhando, sabendo da importância de aprender a olhar.”