Emil Cioran e a Filosofia Negativa (Sulina, 151 p.)
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Organizado pelo professor de Filosofia da Universidade da Paraíba, Deyve Redyson, é o primeiro livro publicado no Brasil sobre a vida e a literatura trágica do filósofo romeno Emil Cioran (1911-1995). Visto com má vontade nos meios filosóficos e praticamente desconhecido no país, Cioran, paradoxalmente, é cultuado por estudiosos de diversas instituições – que assinam os textos desta coletânea – por sua capacidade de transpor os academicismos que impregnam a Filosofia contemporânea. A começar pelos títulos de seus livros, que refletem uma consciência amargurada com a finalidade do mundo, como
Nos cumes do desespero ou
Do inconveniente de ter nascido, Cioran acreditava que o mundo teria surgido “de um bocejo do Diabo” e que cada ser humano carrega seus mortos nas costas, do que concluía que “a vontade de matar o outro é mais forte que o impulso de viver”. Oscilando entre o pessimismo cínico e impulsos suicidas que o acompanham desde a infância no vilarejo de Rasinari, na Romênia, transformou-se em filósofo de emergência contemporânea por ter se convertido no mais trágico pensador pós-Nietzsche e Schopenhauer. “É alguém que fez da sua vida um testemunho do inferno metafísico e existencial que era sua doença, isto é, viver. Cioran escrevia para aliviar a dor”, define o organizador da obra – que é uma homenagem ao centenário de nascimento do pensador romeno.