Roger Canal
Roger Canal
“Autodidata, herdeiro do espírito punk do faça-você-mesmo, Roger Canal cruza fronteiras entre artes visuais, música e literatura, em busca de uma poética que tem no movimento do caminhar e no gesto da caligrafia dois de seus principais motores”, explica Leo Felipe. “O mesmo movimento que impulsionou o artista em caminhos desconhecidos, da música à fotografia, do vídeo à poesia visual, do teatro à intervenção urbana, sem jamais abandonar um ou outro meio, o levou também a ambientes urbanos e suburbanos, praias e terrenos baldios, onde ele produz – seja riscando com suas canetas ou capturando com sua câmara – a escrita vagante das ruas”.
Ao artista interessam desconstruções, ruínas, lugares inabitados. “Proponho uma relação com a arquitetura, as poéticas da arquitetura, usando ideias da Internacional Situacionista, de Guy Debord e companhia, e flertando com a poesia do pixo”. Nas séries fotográficas, Roger Canal explora a potência gestual e pictórica da caligrafia popular, registrada em avisos num bar do Recife Antigo e no casebre de um louco solitário, habitante da praia de Maria Farinha. “As garatujas nas paredes sujas capturadas pelo artista são como pinturas de ação, dotadas de perturbadora beleza”, atesta o curador. Em Lomokinos – filmes mudos feitos com a câmara compacta russa Lomo, a paisagem de ruas, praias e pedras passa a revelar a escrita do próprio artista, a qual ele chama de Maldita Poesia.
Roger Canal é multi-instrumentista, compositor, artista e performer. Com a música, fez diversas apresentações pelo Brasil, Uruguai, Argentina, Portugal, Espanha, França e Áustria. Realizou trilhas sonoras para peças de teatro e documentários. Expôs no Instituto de Arte Contemporânea da cidade de Recife, em 2011. Realizou a perfomance de encerramento da mostra Transfer, no Santander Cultural, em 2008.