Uma banda chamada Recuperação Terapêutica
Foto: Cristiano Santanna
Em 2003, professores e estudantes decidiram participar de um festival de música escolar. Então, criaram a banda Recuperação Terapêutica. Dentre os critérios, o gosto pela música. Fizeram apenas um ensaio prévio antes da apresentação no festival. Passados três anos, os integrantes se fixaram e o trabalho ficou mais profissional: Ramiro Bicca (voz e violão), professor de História do Colégio Anchieta, Beto Genz (contrabaixo e backing vocal), professor de Biologia do Colégio Militar; Patrícia Zanella (bateria), professora de Português do Colégio Americano e Unificado, e Rodrigo Lobato (guitarra, piano e voz), estudante de Relações Internacionais.
O nome da banda se refere ao sentimento do grupo quando toca. “É que tocar é como se fosse uma terapia para nós, uma recuperação para os integrantes da banda”, afirma Ramiro, apaixonado por música desde a infância e levou a paixão para a sala de aula. Ele utiliza especialmente MPB como apoio ao ensino de História e também compõe músicas que ajudam a fixar a matéria. “Música e arte são perfeitas para trabalhar com adolescentes, pois elas atuam na sensibilidade e trazem consciência crítica”, destaca.
Com guitarra acústica ou violão como base em todas as canções, a banda mistura o rock britânico, o brasileiro dos anos 1980 e o progressivo, resultando em uma essência rock’nroll, com uma pegada folk. Todos os integrantes da banda são compositores e apesar de ainda tocar covers de grandes nomes nacionais e internacionais, já possuem repertório próprio, o que vai permitir que até o final deste ano lancem um CD com 12 músicas autorais. Entre os sucessos destacam-se On The Road, Vai-Vem e Contratempo.
Tocando em bares e espaços culturais da capital e região Metropolitana de Porto Alegre, a banda percebe que o público vem se tornando mais amplo e variado a cada show. Se inicialmente as apresentações contavam com a presença de muitos amigos e alunos, agora á recebem pessoas que vão porque gostam do som e da mensagem. Um hábito que a banda tem, e que remete à predominância de educadores no grupo, é de comentar as músicas durante o show, de acordo como contexto histórico e artístico a que elas se referem.