CULTURA

Vocação para o voluntariado

Publicado em 8 de setembro de 2016
Vocação para o voluntariado

Foto: Arquivo Pessoal

Neiva Silveira: oportunidade de compartilhar conhecimento

Foto: Arquivo Pessoal

O voluntariado sempre fez parte da vida de Neiva Maria Pacheco Silveira, psicóloga e professora na Universidade de Caxias do Sul, campus Vacaria. Desde 2006, ela atua na Escola de Pais, trabalho que leva para instituições de ensino públicas e privadas orientações sobre prevenção à drogadição, com foco na criação dos filhos. “É a oportunidade que eu tenho de levar um pouco do que sei para quem precisa”, afirma.

Desde a faculdade, Neiva é envolvida com trabalhos com grupos como alcoólicos anônimos e, há 27 anos, iniciou o primeiro grupo de narcóticos anônimos de Vacaria. Criou dois filhos, leciona na universidade há 14 anos, atende em consultório com especialidade em dependência química e ainda encontra tempo para outros trabalhos voluntários, como ajudar pessoas analfabetas e que precisam tomar remédios para doenças crônicas, lendo o receituário e organizando os horários e as dosagens.

Mas é na Escola de Pais que ela, junto com outros dois voluntários atualmente, leva para pais, avós e demais cuidadores de crianças e adolescentes os 12 princípios do Amor Exigente, programa internacional de auto e mútua ajuda surgido nos Estados Unidos e utilizado por diversos grupos em todo o Brasil, como apoio e orientação a familiares e dependentes químicos. Com foco na prevenção, o projeto Escola de Pais pode ser requisitado por instituições de ensino e é desenvolvido na forma de encontros semanais de duas horas em que os voluntários trabalham temas relevantes para a criação dos filhos.

A professora explica que os 12 princípios do programa Amor Exigente trabalham no cerne de muitas dessas questões como as raízes dos problemas na estruturação social, a imagem de pais e educadores como “gente” e não super-heróis, a consciência da limitação dos recursos materiais e emocionais e o papel de cada um na teia familiar. “Explicamos para os pais que eles podem errar, podem perder a paciência, que são humanos e têm direito a tudo isso, já que também têm suas limitações emocionais. E mais: pais e filhos não são iguais, professores e alunos não são iguais, todos têm seus papéis e regras a serem estabelecidas”, esclarece.

Na sua vivência como voluntária e psicóloga, observa que a maior dificuldade dos pais atualmente é estabelecer limites às crianças, e o maior medo é de que os filhos não sejam felizes. Dois sentimentos interligados que geram muita ansiedade para todo o núcleo familiar. “Não dar limites claros desde cedo torna os pais reféns dos filhos, e o medo da infelicidade faz com que os pais achem que oferecer bens materiais pode ser evitado”, analisa. Interessados em ser voluntários no projeto ou solicitar o trabalho do programa podem contatar pelo fone (54) 3232.1490.

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