O futuro é mulher
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Em antecipação ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que na realidade cada vez mais têm transformado o mês em um período profundo para reflexões das causas feministas, editoras, produtoras e canais da TV paga se movimentam para não passar a data em branco do ponto de vista documental. Entre os destaques, estreia nesta quarta-feira, 6, a série #OFuturoÉFeminino e, na sexta, 8, ocorre o lançamento global do Feminismo para os 99%: Um manifesto.
Indo ao ar nesta quarta, pelo GNT, às 23h30, o primeiro dos cinco episódios da #OFuturoÉFeminino, entrevista a primeira-ministra da Islândia, considerado o país mais igualitário do mundo. À frente do projeto, as jornalistas Bárbara Bárcia, Cláudia Alves e Fernanda Prestes registram as lutas feministas em diferentes lugares do mundo.
Já o Feminismo para os 99%: Um manifesto, que será lançado no Brasil pela Boitempo Editorial terá uma ação concomitante em diversos países, como Itália, França, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina e Suécia. Em sua versão brasileira, Talíria Petrone, deputada federal e militante feminista negra, assina o prefácio, e Joênia Wapichana, primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal, advogada, militante das causas indígenas e dos direitos humanos, o texto de orelha.
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Para as autoras, inspiradas pela onda de uma nova primavera feminista, é necessário a construção e alinhamento de um “feminismo anticapitalista, antirracista, antiLGBTfóbico e indissociável da perspectiva ecológica do bem viver”. Entre tantas questões latentes, o documento que se propõe a falar sobre um “feminismo urgente”, não se contenta com a representatividade das mulheres nos altos escalões das corporações.
Livros e mais livros
A Companhia da Letras, que em novembro passado lançou o Explosão Feminista – Arte, cultura, política e universidade, de Heloisa Buarque de Hollanda que traça um panorama múltiplo da quarta onda feminista no Brasil de 2013 até hoje, tem a sua cereja do bolo guardada para o próximo dia 19: o lançamento de Longe de Casa – Minha jornada e histórias de refugiadas pelo mundo, de Malala Yousafzai.
No livro, após a visita a uma série de campos de refugiados, a paquistanesa, mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da paz, conta sua história de migração e dá voz a garotas que estão entre os milhões forçados a sair de seu países pelos mais variados motivos.
A editora ainda tem em seu catálogo o Mulheres na Luta – 150 anos em busca de liberdade, igualdade e sororidade, das norueguesas Marta Breen e Jenny Jordah, lançado no final de fevereiro para esse mês de março. Em formato de quadrinhos destinado para jovens e adultos, as autoras destacam batalhas históricas das mulheres pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho, entre várias outras, relatando ainda a história de importantes personalidades da luta das mulheres como Rosa Luxemburgo e a própria Malala Yousafzai.
O grupo editorial Record destaca o primeiro ano do relançamento do histórico selo feminista Rosa dos Tempos e informa que, apesar da data ainda não estar fechada, um evento comemorativo está pensado quando entrar em venda o primeiro título do selo para 2019, o Clássicas do pensamento.
Segundo Rafael Sento Sé, gerente de imprensa da Record, a reativação da Rosa dos Tempos foi um grande acontecimento do mercado editorial no ano passado. O livro de lançamento, O feminismo em comum, de Marcia Tiburi, ficou por semanas na lista de mais vendidos e foi o segundo livro mais comercializado pela editora no ano passado.
Para esse ano, Sé informa que a Rosa dos Tempos programa por volta de seis livros. O primeiro deles é o já referido Clássicas do pensamento, uma coletânea organizada pelas professoras da UFRJ Veronica Toste e Bila Sorj, com textos de mulheres que escreveram sobre a condição feminina ainda no século 21 em todo o mundo, entre elas a brasileira Ercília Nogueira Cobra.
A Record ainda irá lançar livros novos de Bell Hooks e Betty Friedan que são grandes pensadoras do feminismo. Como relançamento, a editora registra o A dominação masculina, do sociólogo francês Pierre Bourdieu, que completa 20 anos de sua publicação em 2019. No livro, o autor analisa os mecanismos que permitiram a construção arbitrária e artificial de uma pretensa superioridade do homem.
Sé ainda destaca o Eu, tituba, a bruxa negra de Salém, da guadalupenha Maryse Condé, agraciada com o Nobel alternativo no ano passado. O livro de Maryse, diz o gerente da Record, parte do acontecimento real do julgamento das bruxas de Salém para criar um romance histórico inspirado na vida da escrava Tituba, acusada de bruxaria na pequena cidade de Massachusetts.