CULTURA

Leveza, altruísmo e aprendizado

A atriz, cantora e professora de canto Cristina Fernández leciona música para o ensino fundamental no Colégio Bom Conselho, em Porto Alegre
Por Gilson Camargo / Publicado em 22 de abril de 2020
Cristina escreveu, produziu e interpreta o monólogo cênico-musical "Guia nada prático para o amor – uma reflexão sobre conflitos da alma feminina"

Foto: Andréa Prestes/ Divulgação

Cristina escreveu, produziu e interpreta o monólogo cênico-musical “Guia nada prático para o amor – uma reflexão sobre conflitos da alma feminina”

Foto: Andréa Prestes/ Divulgação

A atriz e professora de música Cristina Cabral Fernández escreveu, produziu e interpretou o monólogo cênico-musical Guia nada prático para o amor – uma reflexão sobre conflitos da alma feminina. O espetáculo propõe uma reflexão sobre a influência que a memória e as crenças relacionadas ao afeto exerce sobre a vida de cada um. “É uma peça de quebra-cabeças que revela histórias de encontros e desencontros em uma sociedade que condiciona a busca da felicidade à idealização do outro”, resume.

Professora de música para o ensino fundamental no Colégio Bom Conselho, em Porto Alegre, ela explica que a paixão pelo teatro guarda uma profunda relação com a docência. “Embora a escrita do monólogo não tenha relação direta com as atividades em sala de aula, o desafio de manter a energia do público durante um espetáculo de 70 minutos certamente se assemelha às práticas utilizadas com os alunos para conduzir as atividades, mantendo a conexão constante com eles”, compara.

O monólogo estreou em 2018, “no acolhedor Bar do Nito”, e no ano seguinte foi contemplado com oito dias de espetáculos na Sala Álvaro Moreyra. Em 2020, antes do início do isolamento social devido à pandemia de coronavírus, foram duas apresentações, em janeiro, no Teatro de Arena, na programação da 21ª edição do Porto Verão Alegre.

Para a atriz e professora, o teatro "é um processo que requer muita paciência, persistência, amor e determinação”

Foto: Tony Capellão/ Divulgação

Para a atriz e professora, o teatro “é um processo que requer muita paciência, persistência, amor e determinação”

Foto: Tony Capellão/ Divulgação

“As cenas do espetáculo absorvem a dramaticidade da essência da vida, sem perder a leveza, a esperança, o altruísmo e a busca de uma verdade que nos apresente uma possível reflexão sobre quem somos, como amamos e de que maneira aprendemos a amar”, resume Cristina.

As 11 canções que acompanham a trama ambientada entre a década de 1990 e os dias atuais foram escritas pela atriz e executadas ao piano pelo maestro Renato Borba, sob a direção de Kyrie Isnardi. “A protagonista dialoga, se relaciona com ela mesma, com suas canções e seus amores, tendo o público como confidente”, relata a atriz.

A propósito dessa busca por sentido à vida e aos obstáculos que se apresentam, Cristina acredita que o isolamento impôs novos desafios a todos, especialmente aos professores. Para enfrentar essa nova realidade, recorreu à sua formação artística. “Desde o primeiro dia de paralisação comecei a produzir as aulas em formato de vídeo porque percebi que desta forma seria mais fácil ensinar e seguir mantendo a conexão mais próxima aos alunos”.

Bacharel em Relações Públicas pela PUCRS, licenciada em Música pelo IPA, com formação em teatro (TEPA) e grau médio em Música Moderna pela Taller de Musics de Barcelona, onde viveu por nove anos, Cristina é atriz, cantora, professora de canto particular e de música. Foi uma das dez selecionadas no Festival da Canção Aliança Francesa 2019, realizado pela AFPOA e interpretou a música Douce France, de Charles Trenet.

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