Livro reúne registros feitos durante uma década sobre grafiti em Porto Alegre
Foto: Fábio Alt/ Divulgação
O livro POAlaroides urbanas – uma ode visupoética a Porto Alegre (Parangolé Editora,188 p.), de Breno Serafini, é um mosaico de 166 fotos de página inteira, permeadas por textos do autor em homenagem à capital gaúcha – que está completando 250 anos.
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Com prefácio de Fábio Zimbres e curadoria do artista visual Luís Flávio Trampo, a obra será apresentado em dois eventos. O pré-lançamento será no domingo, 27, às 18h, no Espaço Brasco (Rua Fernandes Vieira, 286), às 18h, com um coquetel oferecido pelo OAKS burritos e entrega dos livros para os artistas do grafiti e apoiadores. E na terça-feira, 29, o lançamento oficial, com uma exposição de 20 fotos de grafites, no Centro Municipal de Cultura (Av. Erico Verissimo, 307), às 19h. A exposição ficará aberta à visitação até 8 de abril no local, de segunda a sexta das 9h às 18h – e nas terças e quartas das 9h às 22h. O evento integra a programação oficial do aniversário de 250 anos de Porto Alegre.
Foto: Divulgação
O livro celebra Porto Alegre a partir do registro de sua arte urbana, principalmente grafiti, que foram captados pelo celular do autor. Nesse sentido, faz um inventário de dez anos de registro fotográfico, com uma variedade de autores e de formatos que representam hoje o que a cidade tem de mais significativo nessa arte.
O que iniciou como um registro solitário, cotidiano, quando começou a tomar a forma de seu produto final, o livro, contou com a curadoria do artista visual Luís Flávio Trampo, uma referência na arte do grafiti porto-alegrense, que destaca a força desse movimento cultural no sul do Brasil.
“Essa arte sem fronteiras tem como uma de suas principais características a fácil integração de seus adeptos, que são como agentes multiplicadores dessa manifestação popular. As intervenções nas ruas de Porto Alegre vão além da tinta spray. Muitos artistas (ativistas) usam diversas técnicas e suportes para registrar sua arte, seja colando adesivos e cartazes, seja pintando de uma forma livre. Muros que embelezam e denunciam, expressando uma cidade que pulsa e vibra cultura”, conceitua.
Grafiti, caos e poesia
Foto: Divulgação
No prefácio, o quadrinista, ilustrador e artista visual Fábio Zimbres explica que cada intervenção é uma tentativa de trazer para essa cidade algo que, para cada grafiteiro/pixador, falta nela: um rosto humano, fantasia, leveza, amor e até mais ruído, mais fricção, que, em geral, são escamoteados na normalidade forçada.
“Como a cidade, este livro tem várias camadas. Os autores do caos estão mais ou menos escondidos, só vemos pedaços do que eles (nós) deixam(os) para trás. O que vemos são os artistas intervencionistas, expostos às intempéries, trazendo a cura efêmera. E a seguir, vem o olho que captura e desenha um mapa fraturado dos pontos desse corpo, um diagrama das intervenções, as novas, as velhas, as que sumiram. No conjunto, temos um quadro incompleto, caótico e poético, no qual essa sobreposição de autores se funde num objeto que passa a existir dentro da cidade. Um retrato da cidade cercado de cidade por todos os lados”, destaca.
O autor
Foto: Ariel Serafini/ Divulgação
Natural de Santiago, Breno Serafini tem doutorado em Letras pela Ufrgs e é autor de outros seis livros: Mosaico Laico, CBJE (2010); Geração Pixel, Edições do Autor (2011); Millôres dias virão, Libretos Editora (2013); Picassos Falsos, Editora Buqui (2014); Bichos de Todos os Reinos, Edições do Autor (2015); e Colloríssimo – a coroação e o destronamento de Collor segundo Verissimo, AGE (2016) Instagram @poalaroides ou @brenoserafini), de Breno Serafini. Curadoria do artista visual Trampo e prefácio do o quadrinista, ilustrador e artista visual Fábio Zimbres.