CULTURA

Cultura terá força-tarefa para restauração de obras depredadas

Das cerca de 11 importantes peças danificadas por vãndalos, segundo a diretoria de curadoria dos palácios presidenciais, existe possibilidade de restauro da maioria
Por César Fraga / Publicado em 10 de janeiro de 2023
Cultura terá força-tarefa para restauração de obras depredadas

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Obra de Di Cavalcanti sofreu sete perfurações de faca, durante ataque ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro; Ministério da Cultura terá força-tarefa do Iphan para restauro das obras

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, logo depois dos atos de vandalismo nas prédios dos três poderes, em Brasília, determinou, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o a criação de uma força-tarefa do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura, para avaliar o tamanho da destruição causada.

“Em atinência às determinações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra de Estado da Cultura, Margareth Menezes, determinou a imediata diligência do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), nas atribuições que cabem ao órgão, para a avaliação e informação da destruição cometida nos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e demais espaços tombados”, disse a ministra.

“O mundo assiste, estarrecido, à violência do terrorismo de extrema direita contra o estado democrático brasileiro. A dilapidação do patrimônio público e da consciência livre do nosso povo não será tolerada. Os culpados serão identificados e rigorosamente punidos na forma da lei”, concluiu.

Técnicos do Iphan reuniram com a ministra da Cultura

Cultura terá força-tarefa para restauração de obras depredadas

Foto: Filipe Araújo/Minc

Técnicos do Iphanem reunião no Ministério da Cultura propuseram a criação de um grupo de trabalho interinstitucional para dar mais celeridade às ações

Foto: Filipe Araújo/Minc

Representantes Iphan se reuniram na tarde doa dia 9  com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, com o objetivo de discutir estratégias de recuperação do Patrimônio Cultural Brasileiro após os atos ocorridos no domingo, 8, nas sedes dos três poderes e em seu entorno, em Brasília (DF).

O intuito do encontro foi buscar soluções emergenciais para o restabelecimento de todos os prédios e definir as ações de conservação e restauração dos bens protegidos pelo Iphan.

Na ocasião, técnicos do Iphan propuseram a criação de um grupo de trabalho interinstitucional para facilitar a coordenação e dar mais celeridade às ações. Nesse grupo estariam os seguintes órgãos: Ministério da Cultura, Iphan, Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e Secretaria de Cultura do DF. A Casa Civil foi indicada como possível coordenadora do trabalho. A proposição ainda será avaliada pelo Minc.

Na avaliação da ministra Margareth Menezes, a reunião foi muito produtiva o objetivo é que o trabalho seja realizado de maneira coordenada. “Vamos buscar uma interlocução com os órgãos no intuito de criar o grupo e todos trabalharem juntos”, afirmou.

Na reunião, ficou definida a produção de um relatório descritivo-fotográfico pelo Iphan dos bens móveis e arquitetônicos danificados, além do levantamento da equipe técnica disponível para realizar o trabalho de vistoria, restauração, autorização e fiscalização das futuras obras nos bens protegidos pelo Iphan.

Segundo o coordenador técnico substituto do Iphan-DF, Maurício Goulart, o Iphan tem um papel relativo à conservação dos bens. “O Iphan pode oferecer informação e assistência técnica, além de participar do levantamento dos danos e das propostas de solução”, esclareceu.

Durante o encontro, foram discutidas, ainda, possíveis fontes de recursos para financiar a execução das ações de restauração, como bancos públicos e o Fundo do Patrimônio Mundial.

O trabalho de levantamento e identificação de danos ao Patrimônio Cultural, in loco, ficou início previsto para esta terça-feira, 10, por técnicos do Iphan, os espaços estejam liberados pelos órgãos responsáveis pela perícia.

Os cinco bens depredados estão centralizados na Praça dos Três Poderes, são eles: Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional (Câmara e Senado), Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves e o Museu Histórico de Brasília

Maioria das obras depredadas tem possibilidade de restauro

Na sede do Executivo, o Palácio do Planalto, obras como a Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, foram encontradas boiando na água que inundava o térreo do edifício.

No terceiro andar, Mulatas, de Di Cavalcanti, recebeu perfurações à faca.  O Flautista, de Bruno Jorge, e Galhos e Sombras, de Frans Krajcberg também foram depredadas.

Das cerca de 11 importantes peças danificadas pelos terroristas, segundo a diretoria de curadoria dos palácios presidenciais, existe possibilidade de restauro da maioria.

A exceção fica para o relógio Balthazar Martinot que não poderá ser consertada.  Considerada uma peça raríssima, ele foi desenhado por André-Charles Boulle e fabricado pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no fim do século 18 para ser dado como um presente da corte francesa de Luís 14 para Dom João 6º.

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