Cultura terá força-tarefa para restauração de obras depredadas
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, logo depois dos atos de vandalismo nas prédios dos três poderes, em Brasília, determinou, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o a criação de uma força-tarefa do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura, para avaliar o tamanho da destruição causada.
“Em atinência às determinações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra de Estado da Cultura, Margareth Menezes, determinou a imediata diligência do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), nas atribuições que cabem ao órgão, para a avaliação e informação da destruição cometida nos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e demais espaços tombados”, disse a ministra.
“O mundo assiste, estarrecido, à violência do terrorismo de extrema direita contra o estado democrático brasileiro. A dilapidação do patrimônio público e da consciência livre do nosso povo não será tolerada. Os culpados serão identificados e rigorosamente punidos na forma da lei”, concluiu.
Técnicos do Iphan reuniram com a ministra da Cultura
Foto: Filipe Araújo/Minc
Representantes Iphan se reuniram na tarde doa dia 9 com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, com o objetivo de discutir estratégias de recuperação do Patrimônio Cultural Brasileiro após os atos ocorridos no domingo, 8, nas sedes dos três poderes e em seu entorno, em Brasília (DF).
O intuito do encontro foi buscar soluções emergenciais para o restabelecimento de todos os prédios e definir as ações de conservação e restauração dos bens protegidos pelo Iphan.
Na ocasião, técnicos do Iphan propuseram a criação de um grupo de trabalho interinstitucional para facilitar a coordenação e dar mais celeridade às ações. Nesse grupo estariam os seguintes órgãos: Ministério da Cultura, Iphan, Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e Secretaria de Cultura do DF. A Casa Civil foi indicada como possível coordenadora do trabalho. A proposição ainda será avaliada pelo Minc.
Na avaliação da ministra Margareth Menezes, a reunião foi muito produtiva o objetivo é que o trabalho seja realizado de maneira coordenada. “Vamos buscar uma interlocução com os órgãos no intuito de criar o grupo e todos trabalharem juntos”, afirmou.
Na reunião, ficou definida a produção de um relatório descritivo-fotográfico pelo Iphan dos bens móveis e arquitetônicos danificados, além do levantamento da equipe técnica disponível para realizar o trabalho de vistoria, restauração, autorização e fiscalização das futuras obras nos bens protegidos pelo Iphan.
Segundo o coordenador técnico substituto do Iphan-DF, Maurício Goulart, o Iphan tem um papel relativo à conservação dos bens. “O Iphan pode oferecer informação e assistência técnica, além de participar do levantamento dos danos e das propostas de solução”, esclareceu.
Durante o encontro, foram discutidas, ainda, possíveis fontes de recursos para financiar a execução das ações de restauração, como bancos públicos e o Fundo do Patrimônio Mundial.
O trabalho de levantamento e identificação de danos ao Patrimônio Cultural, in loco, ficou início previsto para esta terça-feira, 10, por técnicos do Iphan, os espaços estejam liberados pelos órgãos responsáveis pela perícia.
Os cinco bens depredados estão centralizados na Praça dos Três Poderes, são eles: Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional (Câmara e Senado), Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves e o Museu Histórico de Brasília
Maioria das obras depredadas tem possibilidade de restauro
Na sede do Executivo, o Palácio do Planalto, obras como a Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, foram encontradas boiando na água que inundava o térreo do edifício.
No terceiro andar, Mulatas, de Di Cavalcanti, recebeu perfurações à faca. O Flautista, de Bruno Jorge, e Galhos e Sombras, de Frans Krajcberg também foram depredadas.
Das cerca de 11 importantes peças danificadas pelos terroristas, segundo a diretoria de curadoria dos palácios presidenciais, existe possibilidade de restauro da maioria.
A exceção fica para o relógio Balthazar Martinot que não poderá ser consertada. Considerada uma peça raríssima, ele foi desenhado por André-Charles Boulle e fabricado pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no fim do século 18 para ser dado como um presente da corte francesa de Luís 14 para Dom João 6º.